Em colaboração com a Autoridade de Antiguidades de Israel e o Museu de Israel, a Universidade Adventista Southern é o único local nos Estados Unidos onde os visitantes podem ver a primeira frase alfabética completa já descoberta na história.
Essa antiga frase decifrada está inscrita em um pente de marfim, que foi escavado por arqueólogos da Universidade Southern e data de aproximadamente 1700 a.C. O singular artefato está exposto no Museu Arqueológico Lynn H. Wood, no campus da Universidade Southern, cedido pela Autoridade de Antiguidades de Israel. A exposição atual, "O Pente de Marfim: Piolhos e Alfabetização em Laquis", ficará aberta ao público até 2 de maio de 2025.
"Sentimo-nos muito honrados em exibir este pente de marfim", afirma Michael G. Hasel, doutor, professor de Arqueologia na Southern, diretor do Museu Arqueológico Lynn H. Wood e codiretor das escavações em Laquis.
"Embora o pente em si tenha aproximadamente o dobro do tamanho de um selo postal, ele é significativo para nossa compreensão sobre a invenção do alfabeto, que foi o maior avanço na comunicação humana. O alfabeto ainda é utilizado por 75% da população mundial atualmente."
O artefato foi descoberto em 2016 durante a quarta expedição a Laquis, uma das maiores cidades do período cananeu. A Bíblia menciona Laquis pela primeira vez em Josué 10, relatando que o rei da cidade uniu forças com uma coalizão cananeia para derrotar Israel.
O pente foi analisado microscopicamente por estudiosos da Universidade Hebraica de Jerusalém antes de sua publicação. Sua relevância aumentou em 2022, quando foram decifrados arranhões superficiais no marfim e um epigrafista confirmou que se tratava de uma inscrição. A frase gravada diz: "Que este marfim (presa) remova os piolhos do cabelo e da barba", escrita em minúsculas letras protocananeias, precursoras de todos os alfabetos modernos. A análise microscópica também revelou restos de um piolho entre dois dos dentes do pente, confirmando sua função e estabelecendo uma valiosa conexão arqueológica.
Destaque no The New York Times, Smithsonian, CNN e BBC, o pequeno, mas linguisticamente valioso pente foi nomeado a descoberta número um em arqueologia bíblica pela Christianity Today em 2022.
“O impacto desse achado não pode ser subestimado. A invenção do alfabeto foi a contribuição mais importante para a comunicação nos últimos quatro milênios”, afirma Hasel.
“Antes desse período, os complexos sistemas de escrita do Egito e da Mesopotâmia limitavam a alfabetização. Hoje, a maior parte do mundo constrói frases utilizando o alfabeto encontrado neste pente.”
A noite de inauguração da exposição no campus da Southern também incluiu um simpósio de arqueologia com a participação de acadêmicos de renome internacional, que compartilharam apresentações sobre o momento da descoberta, a análise e a leitura da antiga inscrição, bem como as implicações para o desenvolvimento do alfabeto ainda utilizado por bilhões de pessoas em todo o mundo.
Junto com Hasel, no simpósio participaram Yosef Garfinkel, doutor e professor emérito de Arqueologia de Israel na Universidade Hebraica de Jerusalém; Katherine Helser, de 19 anos, doutoranda na Universidade Lipscomb, em Nashville, Tennessee; Madeleine Mumcuoglu, doutora e pesquisadora do Instituto de Arqueologia da Universidade Hebraica de Jerusalém, que identificou a inscrição em 2022; Daniel Vainstub, doutor em Arqueologia e professor de Arqueologia Bíblica e Estudos do Oriente Próximo na Universidade Ben Gurion do Neguev; e Christopher Rollston, doutor em Estudos do Antigo Oriente Próximo, catedrático e professor de Línguas e Civilizações Bíblicas e do Oriente Próximo na Universidade George Washington, em Washington, D.C.
A versão original deste artigo foi publicada no site da Divisão Norte-Americana.