Em agosto, a Igreja Adventista para os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais lançou um guia para professores trabalharem com crianças autistas na Escola Sabatina. O material, que estará disponível de forma impressa e gratuita para as igrejas da região sudeste em 2023, é o primeiro a ser produzido pela igreja no Brasil e abrange conteúdos que atingirão crianças de 0 a 12 anos.

O guia fornece sugestões práticas para lidar com crianças e ajudá-las no processo de aprender sobre o amor de Deus. O conteúdo selecionou dez tópicos sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e trabalhou dicas para os professores conduzirem o processo com os pequenos e seus pais.

Ainda faz parte do conteúdo uma palestra que pode ser acessada por meio de um QR code contido no livro e um treinamento que acontecerá ao longo do próximo ano durante eventos trimestrais na igreja.

Suzete Águas, organizadora do projeto e uma das autoras, além de professora, destaca que o objetivo é fazer com que as crianças interajam e aprendam mais profundamente sobre Deus. "A ideia é evitar que eles tenham medo e ajudá-los a ter confiança, [incentivando-os] a ir à igreja para aprender efetivamente sobre os valores bíblicos e fazer uma conexão com o céu", explica Águas, líder da Igreja Adventista das Crianças e Ministérios da Adolescência para o Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. Também é doutora em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Além da Dra. Águas, o conteúdo foi de autoria de Edna Rosa Correia Neves, doutora em Psicologia Escolar pela Universidade de São Paulo, e da professora Aline França, psicopedagoga com mestrado em Diversidade e Inclusão. O apoio vem do Ministério da Criança e do Adolescente da Igreja Adventista na América do Sul, por meio da professora Gláucia Korkischko. Os dez líderes das mesmas áreas dos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais também estão colaborando.

Saiba mais

As sugestões apresentadas no guia do professor são orientações que podem promover um sentimento mais acolhedor nos alunos e, ao mesmo tempo, potencializar o desenvolvimento cognitivo. Confira algumas sugestões práticas dadas no livro:

1. Tenha uma comunicação objetiva, preferencialmente ilustre o objetivo pretendido por meio de cartazes ou desenhos.

2. Evite atividades muito longas.

3. Adapte a linguagem da lição a atividades curtas e silenciosas.

4. Proponha atividades com base no interesse dos alunos.

5. Explore momentos ou situações em que as crianças podem fazer atividades práticas e concretas.

6. Explorar a vida cotidiana.

7. Proponha tarefas (atividades) pequenas e diversificadas, mas sempre com prazos curtos de execução.

8. Use abordagens sensoriais.

9. Trabalhar com reforço positivo; sempre incentivar as crianças a participar e completar as atividades propostas.

10. Propor jogos e brincadeiras para aumentar o engajamento e envolvimento das crianças nas atividades de aprendizagem.