Uma equipe de 11 voluntários da Adventist Health passou seis dias nos Estados Federados da Micronésia realizando exames de detecção de cardiopatias reumáticas em crianças. A equipe examinou 765 crianças e identificou uma taxa positiva de cardiopatia reumática de 12,7%.
A cardiopatia reumática (CR) é causada pela febre reumática, uma reação inflamatória autoimune a uma infecção estreptocócica do grupo A (faringite estreptocócica), que pode levar à inflamação e cicatrização das válvulas cardíacas. Mais de 90% dos casos detectados durante a missão serão tratados com antibióticos profiláticos para prevenir futuras infecções estreptocócicas.
“Também identificamos casos muito avançados de CR em crianças que precisarão de intervenção cirúrgica imediata nas válvulas cardíacas”, disse John Schroer, diretor do sistema de missão global da Adventist Health. “Muitas vezes, não pensamos na febre reumática e na CR porque, nos Estados Unidos, tratamos infecções estreptocócicas assim que aparecem, mas em outras partes do mundo essa oportunidade nem sempre existe.”
A equipe da Adventist Health se uniu a Payne Perman, um médico local que iniciou o programa de triagem há mais de 10 anos. O objetivo do programa é examinar todas as crianças da região da Micronésia anualmente. Após os exames, Perman colabora com as autoridades de saúde locais para iniciar o tratamento e oferecer acompanhamento contínuo.
“Nunca vi tantas lágrimas serem derramadas em uma viagem missionária como nesta”, disse Schroer. “Nossa equipe experimentou tanta alegria e propósito ao mudar o rumo da vida dessas crianças. Um dos nossos profissionais comentou que essa viagem os lembrou do motivo pelo qual decidiram dedicar-se aos cuidados de saúde em primeiro lugar.”
A Micronésia é uma federação composta por quatro estados (Yap, Chuuk, Pohnpei e Kosrae) que abrange 607 ilhas. Após examinar 25% das crianças de três ilhas de Chuuk, a equipe da Adventist Health detectou 97 casos de CR. Em Chuuk, ainda restam 29 ilhas a serem examinadas. Mais de 52% da população de cada uma das 607 ilhas tem menos de 18 anos e precisa passar por testes de triagem. A maioria dos exames, cerca de 98%, detecta a infecção a tempo de um tratamento eficaz sem necessidade de cirurgia.
Schroer explica que as dificuldades físicas e logísticas para viajar até os locais onde os testes são realizados e conduzi-los são intensas, mas os participantes da missão afirmam consistentemente que os desafios físicos não se comparam à alegria do trabalho.
“Não atendemos pessoas suficientes”, destaca Schroer. “Precisamos de técnicos, cardiologistas e enfermeiros para nossa próxima viagem. Levar uma equipe de oito a dez profissionais de saúde a cada mês poderia mudar o rumo de inúmeras vidas nos Estados Federados da Micronésia.”
A versão original deste artigo foi publicada no site do North Pacific Union Gleaner.