Programa de estudo no exterior completa 50  anos e incorpora o Líbano

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Programa de estudo no exterior completa 50 anos e incorpora o Líbano

Ferreira em benefícios de um ano no exterior, o crescimento da América do Sul, Ásia

Em seu quinquagésimo ano de funcionamento, o programa de estudos intitulado em inglês Adventist Colleges Abroad [Colégios Adventistas do Exterior] se prepara para um ano recorde. Dirigentes declaram que cerca de 400 alunos se inscreveram para o próximo ano letivo em colégios irmãos internacionais, o mais alto número de matrículas anuais desde que o programa começou no início da década de 1960.

Os alunos muitas vezes relatam que um ano de estudo em outro país foi o seu momento favorito, diz Odette Ferreira, diretora da ACA, que se dedica a enviar estudantes adventistas da América do Norte ao exterior.

Ferreira disse que em meio século, cerca de 18.000 estudantes participaram do programa de associação de instituições adventistas dos Estados Unidos, que enviam seus estudantes ao exterior por um ano. Escolas na França e Espanha continuam populares, precisamente as instituições que receberam os primeiros alunos da Universidade La Sierra e Colégio União do  Pacífico (Califórnia, EUA), em 1961. ACA foi criada no ano seguinte.

A ACA depende do Departamento de Educação da Divisão Norte-Americana. Seus 13 programas internacionais oferecem educação em 14 línguas e ajudam a aumentar a matrícula das instituições que recebem os estudantes. Nos últimos anos, a ACA tem-se expandido fora da América do Norte, incluindo estudantes de instituições da Austrália e Porto Rico. Atualmente, as instituições europeias estão promovendo cada vez mais o programa a estudantes da América do Sul e Ásia.

Neste ano deu-se também o lançamento do programa mais recente: o ensino de árabe da Universidade do Oriente Médio, no Líbano. Além disso, todos os programas oferecem agora estágios, além de seus programas acadêmicos.

Numa entrevista, Ferreira falou sobre o desafio por detrás dos bastidores que significou acrescentar o Líbano, analisou o legado de 50 anos da ACA, e destacou programas novos e populares.

Ferreira, que é também coordenadora de intérpretes das Assembleias da Associação Geral, é fluente em várias línguas: Inglês, Francês, Espanhol e Português. Ela também fala um pouco de hebraico alemão e italiano.
Segue a entrevista editada:

Rede Adventista de Notícias: Por que acha que a Igreja continua a investir na ACA?

Odette Ferreira: Nós precisamos que as novas gerações estejam mais conscientes da necessidade de adaptação intercultural, para aceitar as diferenças. É importante quando se quer trabalhar num mundo globalizado e servir à Igreja a nível global, como no caso de nossa Igreja. É importante escolher não só a língua, mas as diferenças culturais. Sempre digo aos alunos: diferenças não são ruins, são apenas diferenças.

ANN: Qual é a língua mais popular para estudantes nos Estados Unidos?

Ferreira: O espanhol. Falar espanhol fluentemente tem ajudado muitos estudantes a encontrar um bom emprego depois da formatura. Em Sagunto (Espanha), este ano, tivemos que parar o processo de admissão um mês antes do prazo. Já havíamos admitido mais de uma centena de estudantes, e é uma instituição de pequeno porte. Foi a primeira vez que isso aconteceu conosco numa instituição europeia. Também tivemos que estabelecer um limite para a Universidade Adventista del Plata, na Argentina. É um bom problema: temos muitos estudantes de espanhol. Mas continua a ser um problema. Tivemos que fechar por um tempo o programa da Universidade Montemorelos (México) por razões de segurança. Até mesmo a universidade julgou que não era um bom lugar para americanos. A segurança é a principal preocupação do programa.

ANN: Anteriormente disse que a Universidade do Oriente Médio no Líbano havia pedido há anos para ser parte da ACA. Por que não se começou por ali antes?

Ferreira: Nossa principal objeção era a segurança dos estudantes. Eu morei em Jerusalém por nove anos, então conheço o Oriente Médio. Temos tomado todo tipo de medida de segurança. Os estudantes tiveram que assinar um documento que proíbe sua participação no turismo tradicional. As viagens da ACA devem ser analisadas e aprovadas por ambas as partes. A universidade está bem ciente das questões de segurança, e nós esperamos que nossos estudantes estejam seguros.

ANN: Por que a ACA decidiu iniciar um programa em árabe?

Ferreira: O árabe está se tornando uma das línguas mais importantes para os americanos. O governo precisa de intérpretes, por exemplo, e a Igreja, como sabe, no ano passado estabeleceu a União do Grande Oriente Médio para dar enfoque àquela região. Este programa é tão novo que foi aprovado depois de terem sido impressos os nossos catálogos anuais, mas figura em nosso site.

ANN: O que acha que seria o próximo passo nessa expansão?

Ferreira: Preferimos desenvolver o que já temos a abrir muitos locais. Recentemente acrescentamos o Newbold College, na Inglaterra. Os estudantes  podiam ir para lá antes, mas agora podem receber ajuda financeira como resultado da taxa de câmbio. Gostaríamos de fazer algo na China, mas por enquanto não podemos ter uma universidade adventista lá. Temos um programa para os chineses na Tailândia, mas o chinês não é a língua principal do país. Por isso, estamos tentando ver se podemos fazer alguma coisa. No entanto, como somos da ACA, não buscamos enviar estudantes para instituições que não sejam adventistas. Dois anos atrás adicionamos o Japão. Tivemos que parar por um ano por causa do tsunami, mas reabriram o local.

ANN: O que destaca neste quinquagésimo aniversário do programa?

Ferreira: Neste verão tivemos um estande no Concílio do Departamento de Educação, o que fez muitas pessoas virem nos dizer o quanto apreciavam o nosso programa para seus filhos. Alguns estavam bem emocionados. Muitos pais nos disseram que foi o melhor ano na vida de seus filhos. Também estamos vendo mais estudantes da ACA que são filhos, e até alguns netos, de alunos que também participaram da ACA. E muitos de nossos líderes e administradores da Igreja são ex-estudantes da ACA. -- Para obter mais informações, visite www.aca-noborders.org.