East-Central Africa Division

Mãe, Esposa e Missionária Compartilha Alegrias e Desafios

Em uma sessão plenária da Convenção da ASI, a diretora de Kibidula Farm abre seu coração.

Alunos da Escola de Evangelização Kibidula assistem a uma aula nas instalações da escola. [Foto: Kibidula Farm]

Alunos da Escola de Evangelização Kibidula assistem a uma aula nas instalações da escola. [Foto: Kibidula Farm]

"Senhora, a senhora ordenou que alguns dos estudantes batessem em outros estudantes na sua escola?"

Sentada atrás da mesa de seu escritório, Antoinette Fournier, diretora da escola primária Iva Werner da Kibidula Farm, na Tanzânia, se assustou com a pergunta de um dos alunos. Após prometer que cuidaria do assunto, o aluno se retirou.

Na Convenção dos Serviços e Indústrias de Membros Adventistas (ASI) de 2023, realizada em Kansas City (Missouri, Estados Unidos) no início de agosto, Fournier falou de suas alegrias e desafios à frente de um ministério e instituição de apoio cuja missão é "transformar vidas em toda a Tanzânia e além, por meio da educação prática, agricultura, saúde e serviço comunitário". Na sessão plenária de 4 de agosto, Fournier também compartilhou histórias sobre como Kibidula, fundada em 1989 com 1.933 hectares no centro-sul da Tanzânia, está cumprindo sua missão.

Kibidula, um dos cerca de 280 ministérios vinculados ao Outpost Centers International (OCI), mantém uma escola primária diurna para estudantes locais e uma escola agrícola que oferece formação profissional, espiritual e habilidades para a vida para jovens em situação de risco que não podem continuar seus estudos no ensino médio. Também oferece uma escola de evangelização, segundo o site do ministério.

A organização por trás do ministério opera um centro de estilo de vida, constrói igrejas, publica literatura, imprime estudos bíblicos, fornece Bíblias e trabalha para alcançar outros com o Evangelho. Kibidula também dedica 202 hectares a 73.000 árvores de abacate. A renda resultante das vendas de abacate apoia não apenas a missão de Kibidula, mas também missionários locais em áreas não alcançadas.

"Estamos embarcando em uma oportunidade que Deus nos apresentou por meio da agricultura", diz o site de Kibidula, explicando que a venda de abacates tem ajudado a escola a ser autossuficiente. "Estes abacates estão criando oportunidades para que a luz de Deus seja difundida por intermédio da educação para todas as idades!".

Professora e Agricultora Missionária

Em sua apresentação na ASI, Fournier compartilhou como, naquele dia em particular em seu escritório, lidou com a situação com o informante e finalmente chamou o culpado, a quem ela conhecia muito bem, para resolver as coisas. Foi apenas um dos muitos desafios que ela enfrentou ao liderar Kibidula.

Fournier também contou que desde pequena, quando crescia na África do Sul, sempre quis ser professora. Seu marido, por sua vez, cresceu no Canadá com o desejo de ser agricultor. Eles não sabiam como Deus responderia aos seus sonhos de vida e vocacionais quando, 22 anos atrás, se encontraram no campo missionário.

Fournier afirmou que as décadas no campo missionário foram uma jornada de fé para a família, que inclui três filhas. "Mas quando vemos como Deus realmente é, somos atraídos para Ele", ela disse. "Ele nos aconselha como ninguém mais pode; Ele usa passagens aqui e ali para nos encorajar a lidar com uma questão muito específica com a qual estamos lidando naquele momento."

Fournier também explicou que não há psicólogos onde vivem e que os missionários muitas vezes não têm um sistema de apoio além de suas famílias e Deus. "Mas quero testemunhar hoje que Deus é fiel", disse ela. "Ele não tenta destruir o que construiu. Ele verdadeiramente nos revitalizou, para que possamos seguir em frente, continuar avançando."

Enfrentando os Desafios

Ao mesmo tempo, Fournier reconheceu abertamente que é mais fácil ver a mão de Deus em retrospecto do que "quando estamos lutando nas trincheiras". Sua oração constante é: “Senhor, ajuda-me a dirigir esta escola; ajuda-me a cuidar destas crianças”. Ela contou o quão difícil tem sido às vezes equilibrar seu papel como diretora da escola e suas responsabilidades como esposa e mãe.

Fournier compartilhou histórias comoventes de alunos com doenças crônicas, emergências de saúde em sua própria família, alunos marcados por abusos físicos e psicológicos, fugas e muitos outros problemas. “Tem sido uma jornada difícil, e ainda não acabou”, disse ela, “mas minha fé está crescendo”.

Ao longo do caminho, Fournier teve sinais de que Deus “ainda está lá e ainda está trabalhando”, disse ela. “Escolho confiar nele e acreditar que, no final, tudo se juntará como um belo mosaico tecido por suas amorosas mãos”. E acrescentou: “Às vezes, seguir este chamado nos custou tudo. Com nossa própria força, não podemos derrubar as barreiras; não é possível. Mas peçamos a Deus para nos revigorar novamente; peçamos a Deus para... nos curar e nos usar para o serviço."

Fournier concluiu dizendo: “Sou mãe de três filhos e de pelo menos mais cem, mas não sou uma supermulher. [...] Como ouvi em um seminário, ‘sou uma flecha no aljava de meu Pai’. [...] Deus pode atirar com precisão se eu permitir, mas não pode usar uma flecha fraca. Então, ele me anima e me fortalece dia após dia. E qualquer discernimento que eu possa ter dentro ou fora de casa, é para a sua honra e glória”.

Outpost Centers International é um ministério de apoio independente, não operado pela Igreja Adventista do Sétimo Dia.

A versão original deste artigo foi publicada pelo site da Adventist Review.

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