A remota aldeia de Sre Veal Koet, no Camboja, fica no final de uma estrada empoeirada, a 36 quilômetros do centro de saúde mais próximo. A estrada nem sempre está empoeirada; na estação das chuvas, ela se transforma em um lamaçal profundo.
Nesta área, a saúde materna está em grande parte nas mãos de sete parteiras tradicionais, todas com cerca de 50 ou 60 anos. Embora ainda usem o título de "parteiras tradicionais", elas deixaram de realizar partos há muito tempo como resultado de uma iniciativa anterior da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) do Camboja. Muito respeitadas e enraizadas nas crenças e costumes locais, seu cuidado gentil agora apoia a atenção pré-natal e pós-natal na comunidade.
![O projeto JUNTOS trabalha com comunidades remotas e indígenas do Camboja e de outros países para garantir que as pessoas mais vulneráveis possam exercer seus direitos humanos relacionados à saúde. [Foto: ADRA Canadá]](https://images.hopeplatform.org/resize/L3c6MTkyMCxxOjc1L2hvcGUtaW1hZ2VzLzY1ZTcxMzAxZjY1NTI4MWE1MzhlZDM3My9qeDcxNzEzODg5OTkzNDE4LnBuZw/w:1920,q:75/hope-images/65e71301f655281a538ed373/jx71713889993418.png)
Uma Mudança Cultural
Lá, assim como em muitas áreas rurais, as meninas costumam se casar aos 16 anos e formam uma família logo em seguida. Isso as expõe a um maior risco de complicações na gravidez do que se tivessem alguns anos a mais. O Ministério da Saúde do Camboja lançou recentemente uma iniciativa nacional para persuadir as adolescentes a não se casarem antes dos 18 anos e não formarem uma família antes dos 20 anos. As parteiras tradicionais não sabiam como lidar com essa mudança cultural tão significativa e pediram conselhos ao projeto JUNTOS.
Melhorando a Prestação de Serviços em Aldeias Remotas
O projeto JUNTOS, com o generoso apoio do Global Affairs Canada, trabalha com comunidades remotas e indígenas do Camboja, Quênia, Filipinas e Uganda para garantir que as pessoas mais vulneráveis dessas áreas possam exercer seus direitos humanos relacionados à saúde.
No norte do Camboja, a ADRA Camboja reuniu parteiras dos centros de saúde e parteiras tradicionais em parcerias mutuamente respeitosas e eficazes. As parteiras tradicionais receberam treinamento em cuidados pré-natais e pós-natais básicos, especialmente na detecção precoce de complicações para que as parteiras possam intervir prontamente. Elas encorajam as grávidas a fazerem pelo menos quatro consultas pré-natais no centro de saúde, mesmo que se sintam bem. Elas costumam acompanhar a mãe se esta precisa de tranquilidade. Também receberam treinamento para fornecer orientação nutricional e desmistificar os numerosos mitos tradicionais associados à alimentação de grávidas e mães lactantes.
![O Ministério da Saúde do Camboja lançou uma iniciativa para persuadir os adolescentes a não se casarem antes dos 18 anos e não formarem uma família antes dos 20. A ADRA está ajudando a difundir a mensagem. [Foto: ADRA Canadá]](https://images.hopeplatform.org/resize/L3c6MTkyMCxxOjc1L2hvcGUtaW1hZ2VzLzY1ZTcxMzAxZjY1NTI4MWE1MzhlZDM3My9tcVExNzEzODkwMDAyNDg3LnBuZw/w:1920,q:75/hope-images/65e71301f655281a538ed373/mqQ1713890002487.png)
Essa parceria especial está tendo efeitos positivos nas comunidades rurais cambojanas. Com sua presença e influência na comunidade, as parteiras tradicionais apoiam os serviços de saúde compartilhando as mensagens de saúde das clínicas e encorajando as mães a buscar atendimento. Dessa forma, elas são um elo crucial na prestação de serviços para as aldeias remotas.
Apoiando Mudanças de Comportamento Para Mães e Bebês Mais Saudáveis
Duas pessoas do projeto JUNTOS e duas parteiras do centro de saúde fizeram a empoeirada viagem até Sre Veal Koet para se encontrarem com as parteiras tradicionais e explicar a importância de adiar a maternidade para reduzir os riscos para as jovens mães e seus bebês. "Elas discutiram como poderiam efetivamente explicar a mudança de perspectiva para as adolescentes e, igualmente importante, para os pais que aguardam ansiosamente a chegada dos netos", explicaram os coordenadores do projeto.
"Agora que entendem por que o governo introduziu essa política, as parteiras tradicionais dizem que trabalharão duro para aplicá-la, confiantes de que, se precisarem de mais informações ou orientações o projeto JUNTOS irá responder", disseram eles.
A versão original deste artigo foi publicada pelo site da Adventist Review.