Defensor muçulmano de direitos humanos era "amigo dos adventistas"

Defensor muçulmano de direitos humanos era "amigo dos adventistas"

O ex-relator especial da ONU manifestou-se contra a repressão da intolerância

Os defensores de liberdade religiosa estão considerando a morte do advogado de direitos humanos da Tunísia, Abdelfattah Amor, uma grande perda para a comunidade internacional de liberdade religiosa.

 

Amor, que serviu de 1993 a 2004 como relator especial das Nações Unidas sobre a liberdade de religião ou crença, morreu em 2 de janeiro após um ataque cardíaco.

Amor, um muçulmano, foi amplamente reconhecido como um dos principais defensores da liberdade religiosa no mundo para todas as pessoas de fé. Em 1995, ele foi um dos poucos representantes da ONU a visitar o Irã, e posteriormente emitiu um relatório pioneiro sobre a intolerância religiosa e repressão naquele país.

Ao tempo de sua morte, Amor era membro do Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas e recentemente tinha sido nomeado presidente da Comissão Nacional da Tunísia para a Investigação da Corrupção e Suborno.

Amor "provou-se um amigo valioso do trabalho da Igreja Adventista quanto à liberdade religiosa", disse John Graz, diretor de Relações Públicas e Liberdade Religiosa da Igreja Adventista do Sétimo Dia a nível mundial.

Amor falou nos 4o. e 5o. congressos mundiais da denominação sobre a liberdade religiosa no Rio de Janeiro e Manila, respectivamente. Ele visitou a sede mundial da Igreja Adventista em Maryland e falou na Igreja Adventista de Spencerville  também em Maryland.

"Em várias ocasiões ele informou perante a Assembléia Geral da ONU em Nova York sobre [a] perseguição aos adventistas ao redor do mundo, e seu apoio se mostrou muito útil para nós", disse Graz, que se reuniu com Amor pela última vez em novembro passado em Genebra.

"[Amor] era um homem de grande coragem conhecimento, abertura e integridade. Ele tinha enorme compaixão por todos quantos sofriam discriminação ou opressão ", disse Graz.

"Expresso minhas mais profundas condolências a sua esposa e filhos", acrescentou. "Eles estão em nossas orações ao chorarem a sua perda".