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Adventistas na Alemanha Debatem Sobre Inteligência Artificial

"Estamos no meio de uma revolução", disse William Edward Timm, teólogo, especialista em mídia digital e chefe do departamento da Novo Tempo.

O palestrante principal William Edward Timm no Dia da Mídia 2023. [Foto: APD]

O palestrante principal William Edward Timm no Dia da Mídia 2023. [Foto: APD]

Em 7 de maio de 2023, a Hope Media Europa, o centro de mídia da Igreja Adventista do Sétimo Dia, organizou o 12º Dia da Mídia em Alsbach-Hähnlein. Aproximadamente 50 profissionais, estudantes e entusiastas de mídia, nas áreas de vídeo, áudio, design, fotografia, texto/impressão, jornalismo, comunicação e internet, provenientes de países de língua alemã, reuniram-se neste evento de intercâmbio e networking para debater o tema "Inteligência Artificial (IA): o começo de uma nova era?".

Foram convidados dois profissionais de IA como oradores: William Edward Timm, teólogo, especialista em mídia digital e chefe do departamento da Novo Tempo, a rede de televisão adventista do Brasil, que pertence à família de emissoras Hope Channel; e Danillo Cabrera, especialista em software da Hope Media Europe. Ambos com experiência prática no uso de inteligência artificial.

Evolução da IA

"Estamos no meio de uma revolução", disse Timm, que em seu discurso de abertura fez uma breve revisão da história da inteligência artificial. Já em 1950, o matemático britânico Alan Turing inventou o Teste de Turing: um computador é considerado inteligente se, em qualquer jogo de pergunta-resposta por meio de uma conexão elétrica, os humanos não conseguem distinguir se do outro lado da linha há uma máquina ou um ser humano. Em 1956, foi escrito o primeiro programa de IA da história, “Logic Theorist”. Esse programa foi capaz de demonstrar 38 teoremas da obra fundamental de Russell e Whitehead, o "Principia Mathematica".

Além disso, em 1965, Herbert Simon, cientista social americano e posterior ganhador do Prêmio Nobel de Economia, previu que em 20 anos as máquinas seriam capazes de fazer o mesmo que os humanos. Em 1997, chegou o momento: um computador chamado "Deep Blue" derrotou o então campeão mundial de xadrez, Garry Kasparov.

Enquanto isso, Timm afirma que muita inteligência artificial já está sendo usada em segundo plano; por exemplo, em algoritmos que sugerem música e vídeos nas redes sociais de acordo com as preferências do usuário. No entanto, o novo é a IA generativa, com a qual os usuários podem resolver tarefas específicas ou criar produtos, como o ChatGPT ou o gerador de imagens Midjourney.

Timm propôs a tese de que essa IA generativa democratizaria a IA, uma vez que agora poderia ser utilizada por qualquer ser humano de forma autodeterminada, e não apenas como um componente de software sobre o qual não se tem nenhuma influência (por exemplo, os algoritmos). Ele distinguiu três fases no desenvolvimento da IA: a já mencionada IA generativa, as redes neurais que imitariam a mente humana e a chamada Aprendizagem Profunda, que permitiria, por exemplo, que carros autônomos dirigissem sem acidentes. Por último, Timm abordou os aspectos éticos da aplicação da IA.

Inteligência Artificial e Ética

Timm citou como exemplo positivo a produção de substitutos da carne com o auxílio da IA. A inteligência artificial pode analisar a estrutura molecular da carne e utilizar os resultados para montar um produto semelhante a partir de moléculas vegetais que seja muito parecido em consistência e sabor ao produto da carne.

Em 2021, Giuseppe Scionti já havia fabricado um produto substituto de carne com uma impressora 3D dessa forma, embora ainda não esteja totalmente desenvolvido. No entanto, isso poderia mudar rapidamente, diz Timm.

Na avaliação ética da IA, é importante distinguir entre a "IA fraca" (também chamada de estreita), destinada a fins práticos e de economia de trabalho, e a "IA forte" (também chamada de geral), que se assemelha à mente humana e age de forma independente. Em geral, um dos principais perigos é a previsível disseminação de falsificações de todos os tipos (notícias falsas, imagens, vídeos, etc.). Uma vez que uma democracia se baseia no diálogo e no debate, isso não deve ser assumido, prejudicado ou impedido pela IA, afirma Timm.

Segundo estimativas do banco Goldman Sachs, a IA poderia fazer com que 300 milhões de pessoas em todo o mundo perdessem seus empregos anteriores e tivessem que se requalificar. Isso teria consequências não apenas políticas, mas também psicológicas. "Muitas pessoas terão a sensação de que não são mais necessárias", afirma Timm. No entanto, ele supõe que, após uma fase de transição em que a IA tornará as atividades anteriores mais eficientes, surgirão novas áreas de atuação para as quais haverá recursos disponíveis. "No início de toda nova tecnologia, há problemas de adaptação até que seja estabelecida uma nova distribuição de funções".

Timm formulou algumas regras para lidar com a inteligência artificial:

  • As pessoas devem se familiarizar com ela e aplicá-la.

  • As pessoas não devem confiar nela 100%; às vezes ela produz resultados incorretos.

  • A IA não deve ter a última palavra em decisões e avaliações.

  • Todos devem se preparar para um futuro marcado pela IA, por meio do pensamento crítico, adaptabilidade profissional e, acima de tudo, desenvolvimento de habilidades criativas, sociais e comunicativas.

  • Os valores cristãos devem desempenhar um papel crucial na aplicação da IA.

Ferramentas Práticas

Em sua apresentação, Cabrera mostrou uma série de aplicações práticas da IA. Desde geradores de vídeo, imagens e música até ferramentas baseadas em texto, como o ChatGPT, e avatares com aparência humana que poderiam ser usados, por exemplo, para conversar com clientes.

Projeto Slam

No Projeto Slam, os participantes apresentaram seus projetos em intervenções de dez minutos cada. Eles eram das áreas de música, cinema, marketing, podcast e desenho de quadrinhos.

Alguns exemplos:

Cantautor: www.shulami-melodie.de

Marketing: intou-content.de/ e cookafrog.info/

Podcast: "Der kleine Kampf" - open.spotify.com/show/23HNDzTxjoHjFKUlmrklY0

Prêmio do Dia da Mídia

O compositor de música para cinema Manuel Igler foi premiado com o Prêmio do Dia da Mídia. Ele escreveu músicas para vários comerciais de televisão e séries da Hope TV (como Encounters, a introdução do programa Moonlight e a série sobre o livro de Daniel do Antigo Testamento [manueligler.com]).

Hope Media

A Hope Media Europa administra, entre outros, o canal de televisão Hope TV. Faz parte da família internacional de canais Hope Channel, fundada em 2003 pela Igreja Adventista do Sétimo Dia nos Estados Unidos e que atualmente possui mais de 60 canais nacionais.

A Hope TV pode ser recebida via satélite, em todo o país por cabo e pela internet através do site www.hopetv.de.

A versão original deste artigo foi publicada pelo site da Divisão Intereuropeia.

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