AdventistHelp Clinic na Moldávia ajuda refugiados ucranianos e moradores locais a obter cuidados médicos necessários

[Foto cortesia de AdventistHelp]

AdventistHelp Clinic na Moldávia ajuda refugiados ucranianos e moradores locais a obter cuidados médicos necessários

Com os moradores da Ucrânia, e países vizinhos, continuando a ser afetados pelo conflito Rússia-Ucrânia, que está em andamento há cerca de cinco meses, uma equipe de voluntários adventistas está ajudando os refugiados e sua comunidade local, oferecendo assistência médica gratuita, além de refeições e abrigo aos necessitados.

A AdventistHelp é uma organização médica, sem fins lucrativos, que realiza clínicas para refugiados e comunidades vulneráveis dentro e ao redor de áreas de conflito desde 2015. Sua equipe está atualmente no sul da Moldávia, perto da fronteira com a Ucrânia. O país da Moldávia recebeu cerca de 500.000 refugiados ucranianos desde o início do conflito e atualmente abriga cerca de 80.000.

A operação na Moldávia é liderada por Abel Havresciuc, pastor da Igreja Adventista Ghidro, em Cahul, Moldávia, e sua esposa, Daria, que administra a operação. Sua principal tarefa tem sido estabelecer uma clínica móvel para atender refugiados e comunidades anfitriãs empobrecidas, que necessitam de assistência médica gratuita. A clínica é administrada em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o governo local.

“Estamos muito felizes por ter uma presença adventista aqui, apoiando esta comunidade, que realmente sofreu nos últimos meses”, disse Michael-John von Hörsten, vice-presidente da AdventistHelp. “Há apenas um punhado de ONGs médicas operando na Moldávia no momento, então essas clínicas estão preenchendo uma lacuna crucial na resposta humanitária local”.

Operando um dia por semana na igreja local, e o resto do tempo em duas ambulâncias, a equipe atende comunidades em toda a região sul da Moldávia. Estando a 20 quilômetros da fronteira, e a mais de 200 quilômetros de onde os combates estão ocorrendo, a equipe não está tratando ferimentos, mas sim doenças contraídas por refugiados enquanto fugiam de seu país a pé, ou outras doenças crônicas e de estilo de vida, que não podem ser tratadas em outro lugar. A clínica atende de 50 a 60 pacientes por dia.

“A época mais difícil foi em fevereiro e março, quando era inverno, e muitos refugiados chegavam a pé. Muitos chegaram com infecções respiratórias. Havia também muitos idosos que precisavam de check-ups para suas condições de saúde”, explicou Daria. “Geralmente verificamos a pressão arterial, o nível de açúcar no sangue e fazemos um check-up geral e uma consulta, como um médico de família faria, ou encontramos a medicação de que precisam.”

Embora seja importante atender às necessidades físicas, muitos refugiados também sofreram traumas emocionais e psicológicos, de modo que a AdventistHelp colaborou com a Angelia Clinic em Kyiv, Ucrânia, para fornecer atendimento psiquiátrico.

“Muitos refugiados tiveram seus problemas físicos agravados devido ao estresse psicológico”, explicou Abel. “Estamos construindo relacionamentos e passando tempo com eles, conversando, ouvindo e encorajando-os. Nosso objetivo é oferecer cuidados completos, tanto físicamente quanto psicologicamente, além de alimentá-los e fornecer roupas.”

Graças ao apoio de membros da Igreja Adventista Ghidro, os refugiados receberam roupas, alimentos e transporte para a igreja e a clínica. No início, as refeições eram fornecidas todos os dias, mas como a necessidade foi diminuindo, isso agora está ocorrendo uma vez por semana aos domingos.

“Tínhamos três famílias envolvidas regularmente para ajudar na cozinha e depois as outras com doações de roupas e transporte”, explicou Abel. “Na verdade, envolvemos outras igrejas e enchemos duas vans com produtos e os entregamos a 60 crianças de um orfanato. Também tivemos grande ajuda de membros da igreja no exterior nos EUA e na Europa com doações e voluntários”.

“Recebemos doações de roupas da Itália, Romênia e outros países”, acrescentou Daria. “Mães com filhos vieram e os levaram. Tivemos até um patrocinador dos EUA doando cerca de 15 sacos de comida por dia. E isso não é apenas durante o conflito; estamos fazendo isso desde o início da pandemia”.

SERVINDO ALÉM DOS REFUGIADOS UCRANIANOS

Embora os esforços voluntários tenham sido fortes nos últimos cinco meses durante o conflito, os esforços de divulgação na Moldávia estão em andamento desde o início da pandemia, pois é um país mais pobre com muitas pessoas necessitadas.

“Estamos muito ativos desde o início da pandemia. A situação de vida aqui entrou em colapso total durante a pandemia”, disse Abel. “O sistema já estava sobrecarregado, mas depois vieram os refugiados ucranianos e ficou ainda pior.”

Abel e Daria continuaram explicando que muitas empresas locais se aproveitaram do afluxo de refugiados ricos, aumentando seus preços, tornando bens e serviços inacessíveis aos habitantes locais.

“Um quarto de hotel aqui geralmente custa €30 por noite, mas no primeiro mês [do conflito], os preços dos quartos chegaram a €400 porque os ucranianos tinham dinheiro. Não havia controle de preços”, disse Abel.

“A Moldávia é um país pobre. Os padrões de vida são piores aqui e muitas pessoas precisam de cuidados médicos, não apenas durante o conflito, mas em geral”, acrescentou Daria.

“Mas tem sido incrível ver os membros da nossa igreja ajudando”, disse Abel. “As pessoas não são ricas, mas compartilham o pouco que têm. Ficamos impressionados quando as famílias que têm apenas uma casa de um quarto concordaram em acolher uma mãe e uma criança refugiadas”.

Em um cenário descrito por Abel e Daria, uma ONG organizou um ônibus para transportar crianças refugiadas ucranianas com câncer para a Itália, para tratamento. Ao mesmo tempo, uma família local da Moldávia estava tentando encontrar tratamento para seu filho que também tinha câncer. Quando o ônibus partiu para a Itália, estava meio vazio, mas eles se recusaram a levar a criança.

“Este tem sido o maior desafio aqui para nós: tentar ajudar os refugiados ucranianos ao mesmo tempo em que tentamos manter e, esperamos, melhorar o padrão de vida dos moldavos”, disse Daria. “Muitas associações têm trabalhado para ajudar apenas refugiados, quando há tanta necessidade aqui.” Esta é a razão pela qual a AdventistHelp tem uma política de sempre apoiar as comunidades anfitriãs que também recebem refugiados.

[Foto cortesia de AdventistHelp]
[Foto cortesia de AdventistHelp]

FOCO DE AVANÇO ESPIRITUAL

Como a AdventistHelp visa ajudar não apenas os refugiados, mas, também, os moradores locais, eles têm forte apoio da prefeitura da Moldávia, que assumiu a responsabilidade legal e cobriu os riscos e responsabilidades da Adventist Help, em um acordo assinado pelo Parlamento. Como tal, o conselho está ciente de que é uma iniciativa da Igreja Adventista e permite que um foco de alcance espiritual ocorra.

Até agora, a igreja realizou um concerto especial para crianças e um dia de atividades, que contou com a presença de um assentamento de crianças refugiadas, organizou uma campanha evangelística online, que muitos membros da igreja assistiram enquanto abrigavam refugiados em suas casas, e distribuíram literatura.

“Tem sido difícil saber como chegar às pessoas e encontrar a melhor forma de ajudá-las”, explicou Abel. “Fornecemos comida e ajuda médica às pessoas, mas também fornecemos livros espirituais, encorajando-as e construindo um relacionamento. E agora os membros estão começando a chamar seus amigos e vizinhos para virem à igreja para receber cuidados médicos gratuitos. Onde antes, as pessoas não sabiam que havia um adventista em seu prédio, agora estão vindo à igreja. Esperamos poder ficar aqui tempo suficiente para ver batismos e vidas transformadas.”

Embora o alcance de refugiados e moradores locais seja importante, o trabalho da AdventistHelp também tem ministrado a membros de outras denominações com as quais tem parceria.

“O feedback que recebemos de nossos tradutores voluntários [não adventistas] é que eles apreciam que nossa Igreja Adventista não tem medo de trabalhar com outras igrejas e pessoas de outros lugares. Não estamos tentando nos separar do mundo. Isso é incomum aqui, então as pessoas acharam surpreendente”, disse Daria. “Também temos dois estudantes adventistas de medicina que vêm aqui para aprender com nossos voluntários e missionários internacionais. Eles estão se tornando amigos dos tradutores; é o que imaginamos que deveria ser colaborar com pessoas não adventistas.”

Além disso, os voluntários locais ficaram maravilhados com a generosidade e serviço dos missionários e voluntários adventistas que viajaram internacionalmente para ajudar.

“Foi chocante para muitos ver voluntários vindo às suas próprias custas e depois doando dinheiro quando estão aqui. Temos um médico que está aqui agora e que está gastando US$300 por dia de seu próprio dinheiro em medicamentos para pessoas necessitadas. Eles estão agindo como verdadeiros cristãos. Eles até vêm [durante] o período de férias. É inspirador para todos os voluntários!”

[Foto cortesia de AdventistHelp]
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FOCO À FRENTE—SUPORTE DE LINHA DE FRENTE DA UCRÂNIA

Esta semana, outro ramo da equipe AdventistHelp, liderada por Markus Alt da Suíça, voltou de uma viagem de reconhecimento à linha de frente no leste da Ucrânia. Atualmente, há uma discussão em andamento com o Departamento de Defesa da Ucrânia para a AdventistHelp para ajudar na criação de estruturas clínicas temporárias para civis feridos e soldados vindos da linha de frente.

Já, quatro unidades clínicas suíças de nível militar foram importadas pela equipe para uma região não especificada perto da linha de frente, que será usada como pontos de estabilização de traumas. Além disso, uma unidade de raio-x digital e uma instalação de ultra-som foram fornecidas a um dos principais hospitais locais que atendem civis e soldados feridos.

“O governo russo tem como alvo os hospitais; eles já destruíram mais de 100”, explicou von Hörsten. “Isso torna o gerenciamento de pacientes gravemente feridos na linha de frente incrivelmente complexo. A necessidade de equipamentos e infraestrutura médica é enorme. Estamos tentando encontrar financiamento para importar mais unidades médicas e tendas hospitalares. Para se ter uma ideia, as tendas hospitalares à prova de intempéries custam cerca de US$16.000 cada, oferecendo espaço para 20 leitos de enfermaria. Unidades de clínicas militares custam cerca de US$8.000 cada.

“Quanto mais recursos chegam, mais podemos expandir nossas operações”, continuou von Hörsten. “Somos uma organização pequena, então usamos o que temos para tentar alcançar o maior número de pessoas. É um passo de fé, mas o Senhor sempre provê”.

Se você quer ser um voluntário da AdventistHelp, entre em contato com eles em [email protected].