Um dos destaques mais esperados de cada Conferência Geral são as apresentações musicais de artistas de todo o mundo. Este ano, a 61ª Conferência Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia será realizada em St. Louis, bem como online. Esse formato híbrido apresentou oportunidades e desafios para os organizadores, e a música não é exceção.
A ANN recentemente conversou com a diretora assistente da Escola Sabatina e Ministérios Pessoais da Conferência Geral e vice-presidente do comitê de música da Conferência, Meredith Herzel, para uma visão dos bastidores de como a música é coordenada para um evento tão significativo e global.
ANOS DE PREPARAÇÃO
Sem o conhecimento da maioria dos adventistas, o processo de organização da música para a Conferência Geral pode começar mais de dois anos antes da realização do evento, quando cantores, músicos e grupos submetem suas audições ao Comitê de Música da Conferência Geral.
“Williams Costa [diretor do Departamento de Comunicação da Conferência Geral] é o presidente desse comitê e eu sou a vice-presidente, ao lado de Gaspar Colón”, começa Herzel. “As pessoas enviam suas gravações e, então, o subcomitê de seleção ouve, e nós as classificamos. Iniciamos esse processo no início de 2018, para nos prepararmos para 2020, mas é claro que tivemos que adiar. Há alguns músicos nesta sessão que estão ansiosos por isso há cinco anos!”
Os artistas primeiro enviam suas gravações de audição para sua divisão local, onde um coordenador de música examinará as apresentações antes de serem submetidas ao Comitê de Música da Conferência Geral. Quando chega à Conferência Geral, Herzel diz que a maioria das performances são de alto padrão.
“Nesta Conferência, ficamos tão impressionados”, diz ela. “Tem havido tantos jovens escrevendo músicas originais – especialmente da Divisão do Pacífico Sul. Não temos requisitos específicos em relação ao estilo. Queremos muitos gêneros diferentes, de diferentes faixas etárias e locais. Nós realmente olhamos para a qualidade do desempenho e representação em todas as divisões.”
A seleção de artistas da extensa lista de audições é apenas a primeira parte do processo de organização da música para a Conferência. Uma vez que os artistas são confirmados, há o trabalho de agendar a música nos vários dias da Conferência, incluindo cultos matinais e noturnos, concertos e cultos de sábado.
“No que diz respeito aos direitos autorais, uma vez que o subcomitê de seleção de música faz suas seleções e aprova cada música, ela vai para o OGC (escritório do conselho geral) na Conferência Geral, e eles a examinam para permissão de direitos autorais, para garantir que temos as licenças que nós precisamos. Depois, há o pessoal técnico e empreiteiros que tornam tudo isso possível no dia. E este ano eles tiveram que juntar todas as performances como parte de um concerto digital coeso também. Isso adicionou outra camada de complexidade.”
SESSÃO HÍBRIDA - DESAFIOS E OPORTUNIDADES
Devido ao adiamento da Conferência por dois anos, e ao novo formato híbrido – onde mais de 600 delegados e milhares de adventistas se unirão remotamente de seus países de origem – organizar a música tem sido mais complexo do que nunca.
“Tínhamos selecionado todos os nossos músicos para 2020 e eu estava trabalhando na programação do palco principal”, explica Herzel. “Eu fiz cada show se encaixar em uma temática e organizei todas as apresentações. Terminei no dia anterior ao adiamento da Conferência Geral e, honestamente, chorei. Foi de partir o coração.”
Após os planos cancelados de 2020, a Conferência foi adiada duas vezes antes que as datas de St. Louis 2022 fossem confirmadas em janeiro deste ano. Isso significava que o período de planejamento usual de dois anos foi agora reduzido para menos de seis meses.
“Enviamos uma enquete para todos os selecionados para 2020, perguntando se gostariam de participar em 2022. Quem respondeu foi colocado de volta na lista. Fomos informados pela gerência da Conferência que só poderíamos ter shows virtuais durante a semana e música ao vivo na sexta e no sábado. Isso adicionou um elemento totalmente novo.”
Herzel explica que, enquanto muitos responderam à pesquisa, outros não conseguiram. Esperando até cinco anos para se apresentar, muitos grupos se separaram, se formaram, cresceram ou agora eram incapazes de se apresentar.
“A pandemia do COVID-19 interrompeu muitas coisas em todo o mundo. Separou pessoas e destruiu orquestras, corais, bandas, canto congregacional e muitos outros conjuntos musicais”, diz Williams Costa.
Embora todas as pessoas que responderam “sim” à enquete participarão da música na Conferência este ano, apenas cerca de 30 se apresentarão ao vivo. Normalmente, esse número seria na casa das centenas, mas este ano a maioria dos músicos foi solicitado a enviar videoclipes pré-gravados.
“Cabe aos músicos, individualmente, criar vídeos que estejam de acordo com o padrão Conferência”, explica Herzel. “E os músicos também devem pagar seu próprio investimento para comparece à Conferência. É uma grande pergunta. Alguns músicos que fazem isso em tempo integral me disseram: ‘Nós realmente queremos participar, mas por causa da COVID, nosso negócio enfraqueceu e não podemos pagar’. Outros estão arrecadando fundos há cinco anos para produzir um vídeo, ou para participar pessoalmente, ou ambos. É um compromisso real.”
Desde o início, parte da estratégia de planejamento era exigir que todos os músicos enviassem um vídeo, mesmo que fossem para se apresentar pessoalmente.
“Ainda agora estamos tendo que fazer ajustes de última hora por vários motivos. Alguns artistas não podem comparecer devido à guerra na Ucrânia, outros têm problemas de visto, então, é bom que ainda possam participar virtualmente”, diz Herzel.
O QUE ESPERAR PARA ESTE ANO
Apesar dos muitos desafios enfrentados pelo Comitê de Música da Conferência Geral este ano, os adventistas de todo o mundo podem esperar apresentações de classe mundial de artistas notáveis, incluindo Wintley Phipps, Jennifer LaMountain, Steve Darmody, Charles Haugabrooks, Alessandra Sorace, Neville Peter e Arautos dos Reis (Brasil).
Além disso, Costa – compositor e músico, que também escreveu a música tema “I Will Go” para este quinquênio – organizou belos medleys de músicas e três produções de vídeo onde corais de todo o mundo cantarão diferentes partes, que serão acompanhadas por um coro e orquestra ao vivo no sábado.
“Será um coral de 16 vozes, orquestra de 20 músicos que cantará ao vivo, sincronizado com corais e orquestras de todo o mundo”, explica Costa. “Você verá integrado com a música ao vivo a participação de grupos da Ásia, África, Europa e Américas. A intenção é, durante o hino da música, ter a igreja mundial adorando e louvando a Deus. Espero e oro que seja uma inspiração para todos os adventistas do sétimo dia em todo o mundo”.
“Você não pode perder isso!” acrescenta Herzel. “Isso nunca foi feito antes na Conferência Geral!”
Na Conferência deste ano, a música será organizada em concertos temáticos. Em vez de serem categorizados por dia ou hora, eles serão rotulados exclusivamente com títulos como “O amor de Jesus me cerca” ou “A segunda vinda é minha maior esperança”, para incentivar os ouvintes a reconhecer a mensagem através de cada uma das músicas.
“Foi uma alegria e um privilégio ouvir todas as músicas e organizar os shows”, diz Herzel. “Como ex-professora de música, é a minha linguagem do coração. Todo o processo foi desafiador, mas ouvir as músicas mais incríveis de todo o mundo valerá a pena.”
Se você quiser ser notificado quando os shows da Conferência Geral forem ao vivo, baixe o aplicativo GC Session ou visite www.gcsession.org/. Você também pode acompanhar nas redes sociais oficiais da Igreja.