Mais de 1.600 participantes de 22 países da Divisão Centro-Oeste Africana compareceram à Conferência Sobre Fé e Ciência no campus da Universidade Babcock de 5 a 14 de julho de 2023.
Foi uma maratona de palestras do tipo que raramente é vista. O anfiteatro da universidade estava lotado de manhã até a noite. Para aliviar o cansaço, eram realizadas sessões de alongamento periodicamente. Pastores, educadores e líderes institucionais retornaram ao ambiente escolar. O evento contou com a presença de relevantes líderes acadêmicos da igreja, vindos da América, África e Europa.
Na abertura da conferência, o Dr. Sessou Selom, secretário da Divisão Centro-Oeste Africana, deu as boas-vindas aos participantes em nome do presidente da divisão, que não pôde comparecer. Ele observou em seu discurso que "Uma das principais preocupações de hoje é o cuidado pastoral da inteligência, um cuidado pastoral que sintetiza os dados complexos da cultura científica de nosso tempo com a revelação, conforme registrado nas Sagradas Escrituras.”
A Dra. Lisa Beardsley-Hardy, diretora de Educação para a Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, afirmou: "Esta é uma conferência de alto nível. Temos aqui o mais alto nível de expertise, incluindo representantes do Instituto de Pesquisa em Geociências."
O Prof. Robert Osei-Bonsu, presidente da Divisão Centro-Oeste Africana, não escondeu suas expectativas: "A esperança é que nosso tempo juntos traga esclarecimento e transformação. A importância da unidade e harmonia entre fé e ciência será destacada por meio do diálogo."
Para a Dra. Beardsley-Hardy, este tipo de reunião é fundamental para a missão da Igreja Adventista. "A mensagem dos três anjos nos incentiva a convidar todos a adorar o Criador, aquele que criou os céus e a terra, e isso é feito mesmo no mais alto nível da universidade, não apenas do púlpito da igreja, mas também em nossas escolas primárias, secundárias e universitárias."
Mais de 80 Palestras e 42 Workshops
Nesse empenho para harmonizar fé e ciência, teólogos, geólogos, biólogos e especialistas em educação realizaram quase 100 palestras, todas de grande relevância. Com tanto em jogo diante da invasão da doutrina da evolução, estes cientistas e estudiosos adventistas da Bíblia analisaram minuciosamente cada uma das teorias que obscurecem a fé em um Deus que criou tudo em seis dias literais.
Compartilhar o conhecimento mais recente sobre esses temas espinhosos ajudará alunos e professores a reconciliarem fé e ciência. Da Teoria do Big Bang aos períodos de tempo geológico e técnicas de datação de fósseis, das maravilhas da célula às complexidades do DNA, homologia e embriologia, dos dinossauros aos vestígios do dilúvio universal, a exploração tem sido profunda.
Entre os muitos tópicos abordados estavam o design inteligente, a criação no Novo Testamento, especiação a partir de uma perspectiva criacionista, trilobites e sua complexidade, a explosão cambriana e o dilúvio, bioturbação e tempo, uma comparação dos genomas humano e chimpanzé, a posição da igreja sobre o naturalismo, a autoridade da Bíblia, os princípios do pensamento bíblico, e muito mais. Foi um verdadeiro deleite científico e teológico!
A Bíblia fornece respostas mais confiáveis para as questões enfrentadas pela ciência do que as teorias amplamente aceitas sobre as origens da vida. Um tema consistente permeou as apresentações teológicas e científicas: Deus é o Criador. Esta conferência forneceu o "fio de Ariadne" para conduzir os cristãos para fora do labirinto, fora da confusão atual.
A Dra. Suzanne Phillips, presidente do Departamento de Ciências da Terra e Biológicas da Universidade de Loma Linda (Califórnia, EUA), apoiou as evidências de um Criador mostrando a visão microscópica do colágeno. Ela mostra uma integridade estruturada de ligamentos, semelhante ao reforço de ferro para vigas de concreto na construção. Se isso é uma estrutura, então os órgãos humanos certamente tiveram um designer/engenheiro, que é Deus. Eles não apareceram por acaso, como os evolucionistas afirmam.
Um total de 42 workshops diferentes enriqueceram as discussões e atenderam a uma ampla gama de interesses. Para a Dra. Beardsley-Hardy, "Os workshops práticos respondem às necessidades locais, como integrar o criacionismo em uma visão de mundo bíblica quando você está ensinando em uma escola primária ou secundária usando um currículo governamental."
A Dra. Beardsley-Hardy relembra um desses workshops: "Realizamos um workshop sobre como solicitar financiamento para pesquisa do Conselho de Fé e Ciência. Este é um conselho único que financia pesquisas sobre origens".
Um dos oradores, Jiří Moskala, professor de Teologia e Exegese do Antigo Testamento no Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia (Universidade Andrews, Berrien Springs, Michigan, EUA), achou a conferência muito edificante. Ele recomendou que futuras conferências sobre fé e ciência deveriam incluir mais estudos teológicos. Em poucos dias, o quadro do conflito entre ciência e fé foi satisfatoriamente abordado e uma luz se acendeu nos corações das pessoas.
Desafios Rapidamente Superados
Dr. Juvénal Balisasa, diretor de Educação para a Divisão Centro-Oeste Africana, compartilhou alguns dos desafios enfrentados: "Muita logística teve que ser organizada, especialmente para aqueles que vieram pela estrada. Alguns se atrasaram, mas no segundo dia, todos estavam acomodados. Outro desafio, claro, é que alguns estavam experimentando a culinária da Nigéria pela primeira vez, mas no que diz respeito ao programa, exceto por um dia, quando a chuva quase atrapalhou tudo, tudo correu bem."
Correu bem, mas não foi fácil. Dr. Ronny Nalin, diretor do GRI, explica, "Durante as conferências, enfrentamos certos desafios relacionados à complexidade do assunto. Não é fácil. Requer algum conhecimento científico básico. Então, para alguns dos participantes, pode ter havido um limite que foi complexo de superar, mas também percebi que muitos deles estavam profundamente envolvidos e entenderam os principais e mais importantes pontos das apresentações."
Eventos como esses são necessários porque a ignorância muitas vezes levou a desastres em certas partes da África. Isso foi demonstrado pelo Dr. Oluwole Oyedeji, coordenador do GRI da Divisão Centro-Oeste Africana, em uma de suas apresentações. Exemplificando, existem rochas radioativas dispersas e algumas pessoas chegaram a construir suas casas com elas. Por isso, Dr. Balisasa concluiu: “Nossos compatriotas teriam uma vida mais segura se estivessem mais esclarecidos sobre o ambiente ao seu redor”. Ele está ciente de que medidas precisam ser tomadas: “Ainda precisamos implantar cursos como o de geologia em nossas universidades.”
Tempo de Difundir a Verdade
A reunião causou uma impressão duradoura. Lydia Abrafi-Nsiah, gerente geral das Escolas Adventistas em Gana, afirmou que a conferência abriu seus olhos porque desmistificou os mitos da evolução que foram erroneamente aceitos como verdades. O Pastor George G. Diabegah, da Libéria, agradeceu aos organizadores da conferência sobre fé e ciência. Ele planeja utilizar o conhecimento adquirido no seminário para produzir conteúdo para a Advent Radio, que transmite de Monróvia, para educar os ouvintes sobre questões de fé e ciência.
O pastor Njock David Vivian, presidente da União do Sahel Ocidental (com sede em Senegal), compartilhou seu sonho: "Vejo em um futuro próximo jovens cientistas africanos participando das conferências e apresentando os resultados de suas pesquisas em um contexto africano."
Prof. Jegede, professora da Universidade Babcock, afirmou que o conhecimento que adquiriu na conferência fortaleceu sua fé na Palavra de Deus.
Temitope Ogunjimi, professora de uma escola primária no oeste da Nigéria, está determinada a compartilhar seu conhecimento. Ela afirmou: “Não vou guardar esse conhecimento para mim. Vou compartilhá-lo com meus colegas professores e meus alunos.”
Tempo para Meditação e Celebração
No dia 8 de julho, todos os participantes se reuniram para celebrar o sábado. Durante seu sermão, o Pastor Moskala destacou o Senhor como um Deus de relacionamentos. Da mesma maneira que Ele libertou Israel do Egito para se relacionar diretamente com Seu povo, e não apenas levá-los a um destino físico, Ele também conduziu Seu povo para fora das trevas mundanas para estabelecer um relacionamento com Ele. E assim, conforme a igreja O conhece mais profundamente, reflete Sua glória tal qual Moisés fez.
Ao cair da noite, a rica diversidade dos povos da África Ocidental e Central foi homenageada por meio de expressões musicais e linguísticas. As distintas culturas presentes conferiram um colorido único à comunhão entre os presentes. Essa foi uma agradável e muito apreciada mudança de ritmo dentro de uma programação densa e intensiva.
A conferência terminou em 14 de julho com agradecimentos a todos os facilitadores: Dra. Lisa Beardsley-Hardy, Dra. Suzanne Phillips, Pastor E. Edward Zinke, Dr. Timothy G. Standish, Prof. Feliks Ponyatovskiy, Dr. Oluwole Oyedeji, Dr. Ronny Nalin, Dr. Hudson Kibuuka, Prof. Jiří Moskala, Prof. Arthur Chadwick (coautor do livro de ciências, Faith, Reason, and Earth History, com outro facilitador, Prof. Leonard Brand), Prof. Robert Osei-Bonsu, Dr. Sessou Selom, Dr. Juvénal Balisasa, Prof. Ademola Tayo, Dr. Isaac Owusu-Dankwa, Jane Oninye Nwarungwa, Dr. Ezekiel Adeleye, e a grande equipe de organização.
O Prof. Robert Osei-Bonsu, da Universidade Adventista da África, apresentou uma mensagem intitulada "Sua âncora resistirá?" na qual convidou o público a voltar à sólida fundação da fé. "Imploro que examinem a âncora de sua fé. Está firmemente ancorada em Jesus Cristo, ou está rumando para as areias movediças deste mundo?" Ele continuou poderosamente: "As tempestades da vida virão, mas podemos confiar que nossa âncora resiste. E não importa o que aconteça, temos uma base segura. Temos esperança em Jesus Cristo."
Os serviços foram encerrados com uma intensa oração de consagração. Pela graça de Deus, a Universidade Babcock sediou pela primeira vez uma conferência dessa magnitude na Divisão Centro-Oeste Africana. Vale ressaltar que essa universidade se destaca como a principal instituição adventista do mundo em termos de número de alunos internos.
A versão original deste artigo foi publicada pelo site da Divisão Centro-Oeste Africana.