Passando a salva: O Índice Global de Dízimo aponta tendências na prática do dizimar adventista

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O relatório indica que economia, cultura nem sempre refletem fidelidade

Lenes, euros, rublos e francos ? moedas correntes que a comunidade global adventista do sétimo dia usa para devolver os seus dízimos e ofertas variam tão amplamente quanto os seus estilos de vida e base econômica de seus respectivos países.


Toda essa variedade requer um meio eqüitativo de comparar a mordomia dos membros da Igreja e tendências nas contribuição. O terceiro relatório do Índice Global de Dízimo, do pastor adventista e comerciante Claude Richli, divulgado no mês passado, emprega o que ele chama uma “régua objetiva” para medir a fidelidade e acompanhar vários desenvolvimentos positivos no ato de dar.


O seu sistema compara o nível per capita de dízimos com o Produto Nacional Bruto (PNB) de cada país?ou quanto é a média de retorno dos adventistas cada ano?levando em conta as variações em valores cambiais e as “enormes disparidades econômicas” entre os países para indicar onde a Igreja tem melhor sustentação, explica Richli. Um índice de perto de 1 sugere membros de um país que são em grande medida fiéis.


Conquanto não seja um documento oficial da denominação, o relatório é um valioso recurso para comparar os níveis de doação à Igreja por todo o mundo, declara Gery Karst, que chefia a Comissão de Estudo do Uso do Dízimo e um dos vice-presidentes mundiais da Igreja. “Estão as pessoas se sacrificando no mesmo nível? Estão ofertando no mesmo nível? Pode-se fazer essas comparações”, ele diz.


Richli acentua estatísticas da África como uma das mais notáveis tendências do relatório. Em muitos países africanos, há muito afetados negativamente por governos corruptos e hiper-inflação, a Igreja tem lutado para se manter economicamente. Os dados deste ano sugerem que a situação tem melhorado. Também são positivos os dados de ex-países comunistas, alguns dos quais estão agora seguindo marcando o passo com países ricos do Ocidente, declara Richli.


Entre 2005e 2006, os retornos globais de dízimo aumentaram em 8,3 por cento, e descontando-se a região norte-americana, o salto foi até mais espetacular: 17,4 por cento. “Certamente a perda de valor do dólar americano contra outras moedas explica parte dessas mudanças, mas no caso do Brasil, temos uma melhoria real”, comenta Richli?a despeito do dólar ter perdido 12 por cento contra o real brasileiro, no global os dízimos ali cresceram 25 por cento. Sendo o segundo país em contribuições, o crescimento no Brasil é particularmente encorajador e, ele diz, sugere uma “tendência positiva” mais ampla em retornos de dízimos, que “continua a ganhar impulso” globalmente.


Dados do México representam outro “ponto brilhante” no relatório deste ano, declara Richli. Seguindo-se a uma redução em 25 por cento nos retornos de dízimo desse país entre 2002 e 2003, os adventistas mexicanos superaram a perda de 1 por cento do peso contra o dólar para aumentar os retornos de dízimos em seu país em impressionantes 78,6 por cento, acentua Richli.


Outros países latino-americanos, contudo, ficam muito atrás em retorno de dízimo. O Peru é considerado “muito fraco” pelo relatório, à base de 47,3 por cento, e Belize com 13,3 fica na mesma escala. Richli especula que grandes influxos de membros na América do Sul pode manter os líderes de mordomia lutando para educar os novos adventistas quanto à fidelidade nas contribuições, o que explicaria os baixos índices de fidelidade.


Devido a vários fatores poderem interverir com as médias do relatório IGD, Richli admite que sua precisão é limitada. Em países onde os adventistas são sobretudo de classes mais baixas?em vista de a Igreja ser nova na região e subdesenvolvida, ou os membros defrontarem discriminação?a comparação de dízimo per capita com o PNB pode refletir a fidelidade de modo inexato. O mesmo se aplica a países onde os membros são predominantemente mulheres, jovens ou da área rural?grupos que Richli declara que muitas vezes enfrentam desvantagens econômicas.


Não obstante, o relatório contradiz a idéia de que o status econômico de um país ou a cultura de seu povo deva de algum modo predizer a fidelidade, explica Richli, citando dados da nação da África Oriental Burkina Faso. “Partiu de 6,3 para 2,6?o que se equipara à Alemanha”, comenta ele. “E Burkina Faso não é necessariamente um país rico. Precisamos descobrir o que estão fazendo por lá e reproduzir isso em outros países.”

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