Mattie Beacham, de nove meses, estava em coma; seus órgãos estavam falhando e seu pequeno corpo travava uma batalha que parecia impossível de vencer. Ela precisava de um transplante de fígado, mas estava doente demais para entrar na lista de espera. Para as enfermeiras da unidade de terapia intensiva pediátrica (UTIP) do AdventHealth for Children, salvá-la tornou-se uma missão.
“Havia várias enfermeiras que tinham criado um vínculo com a Mattie e estavam dispostas a lutar conosco”, disse Michael Beacham, pai de Mattie.
Quando Michael e Allison Beacham levaram Mattie ao AdventHealth for Children, em Orlando — o único programa de transplante de fígado pediátrico do centro da Flórida —, ela foi diagnosticada com atresia biliar, uma doença rara que afeta recém-nascidos e provoca o acúmulo de bile e a destruição do fígado.
“Nos primeiros meses, pensávamos que tudo estava bem. Mas não estava — só não sabíamos”, contou Michael. “Nossa filha era pequena e estava com icterícia. Não sabíamos de nada, e estávamos sendo atendidos em outro hospital, onde ninguém percebeu.”
Regino González-Peralta, o cirurgião de transplantes pediátricos responsável pelo caso de Mattie, explicou que cerca de 80% dos bebês com essa doença necessitam, eventualmente, de um transplante de fígado.
“Ela precisava apenas de um fígado, mas era preciso chegar ao ponto em que pudesse recebê-lo”, disse Niki Sapp, uma das enfermeiras que cuidou de Mattie.
Em determinados momentos, Mattie dava sinais de melhora. Mas, repentinamente, seu quadro se agravava — até que sofreu falência de múltiplos órgãos, entrou em coma e teve uma parada cardíaca. Diante da emergência, toda a equipe médica, enfermeiros e profissionais de saúde correram para o quarto de Mattie.
“Ver sua filha entrar em parada cardíaca e, de repente, 20 profissionais invadirem o quarto para iniciar a reanimação... ninguém deveria passar por isso”, relembrou Michael. “Eles entraram com um capelão, sentaram-se e disseram que ela não resistiria por mais quatro horas. Mas quatro horas depois, ela ainda estava ali — e sentíamos que devíamos lutar enquanto ela também estivesse lutando. Ficamos ao lado daquela cama, orando para que tudo se estabilizasse.”
E a equipe conseguiu estabilizá-la.
“Foi realmente uma grande prova para a equipe da UTI pediátrica. Mas, se há algo que podemos fazer, vamos tentar — e, às vezes, é justamente aquele tratamento que nunca fizemos antes que salva uma vida”, disse Sapp. “Isso me enche de orgulho por ter escolhido essa profissão, por ser enfermeira.”
Durante os 180 dias em que Mattie esteve internada, todas as 80 enfermeiras da unidade de terapia intensiva pediátrica cuidaram dela, revezando-se dia após dia, ajudando-a a recuperar a saúde até que estivesse apta a receber um transplante.
Seu caso único — e o espírito de luta dela e de seus pais — levou a equipe a tentar tratamentos que nunca haviam sido realizados antes. Tratamentos que, agora, tornaram-se padrão de atendimento para outras crianças.
“Mattie deixou um legado marcante e elevou o padrão de como cuidamos desses pacientes, colocando esse tipo de atendimento no centro das nossas práticas no AdventHealth for Children”, afirmou Amanda Hellner, que atuava como educadora de enfermagem da unidade na época.
Por fim, Mattie se estabilizou o suficiente para voltar à lista de transplantes.
Após uma cirurgia de 10 horas, ela recebeu com sucesso um novo fígado.
A versão original deste artigo foi publicada no site da AdventHealth. Entre no canal da ANN no WhatsApp para acompanhar as últimas notícias da Igreja Adventista.