O exame será realizado em dois domingos consecutivos para acomodar os observadores do sábado.
Uma consulta pública realizada pelo Ministério da Educação do Brasil resultou em mudanças no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), sendo esta uma vitória, não só para os observadores do sábado como também para a liberdade religiosa.
O Ministro de Estado, Mendonça Filho, comunicou no dia 9 de março que das mais de 600 mil pessoas que participaram da votação nacional, 64 por cento preferiram manter o Enem em dois domingos consecutivos em vez de um sábado e domingo, marcando a mudança oficial do horário do exame para efeito imediato.
Todos os anos estima-se que mais de 70.000 estudantes solicitem um tempo alternativo para tomar o Enem.
Aqueles que dedicam o sábado a atividades religiosas e serviço comunitário sentiram-se discriminados desde que o exame foi criado. No passado, observadores do sábado chegavam ao local do exame aos sábados e sentavam-se numa sala isolada até depois do sábado ter terminado, quando, então, começariam o seu teste.
“Acho que um jovem que se vê diante deste exame, que já é exaustivo, do esforço que cada jovem faz, e ainda mais, ter que ficar confinado por 4 horas, está em desvantagem em relação a todos os outros”, Disse Filho. Ele prosseguiu dizendo: “Precisamos promover este exame, mas tratar a todos com dignidade, respeitando os direitos humanos e, proporcionando ideais e condições iguais para avaliá-lo”.
Princípio da Liberdade de Pensamento
Recentemente, indivíduos no Brasil lutaram para que seus direitos fossem respeitados quando confrontados com situações que envolvem liberdade de pensamento e adoração. Ao mudar o dia do teste do Enem, o governo brasileiro mostrou interesse em compreender a realidade de milhares de pessoas que não só veem o dia como sábado, mas como uma oportunidade para obedecer a um mandamento divino.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil elogiou os esforços do Ministério da Educação e os brasileiros que participaram da votação por respeitarem a fé dos observadores do sábado.
“Os observadores do sábado, especialmente os adventistas do sétimo dia, não estão buscando mais privilégios do que outros candidatos”, disse Erton Köhler, presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul. “Pelo contrário, desejam ter a mesma oportunidade quando se trata de um programa tão importante que não só pode garantir, mas definir o futuro profissional de milhares de pessoas”.
“Os resultados da pesquisa pública tornam essa realidade igual para todos. E aproveito esta oportunidade para agradecer a todos os adventistas do sétimo dia que votaram e fizeram algo para tornar isso realidade”, disse Köhler.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia Mundial é composta por mais de 20 milhões de membros em mais de 200 países, com o número de adventistas brasileiros sendo de 1,6 milhões.