No Dia da AIDS Dirigente Adventista Conclama a Igreja a Apoiar as Vítimas

No Dia da AIDS Dirigente Adventista Conclama a Igreja a Apoiar as Vítimas

Sétimo Dia líderes da Igreja Adventista pediu cuidados locais e apoio às vítimas da AIDS, convidando igrejas locais na África e outras partes do mundo afetadas pelo HIV / AIDS para tornar-se centros de apoio para aqueles que vivem com a doença.

Dirigentes adventistas do sétimo dia pediram que se desse atenção e apoio às vítimas da AIDS, conclamando as igrejas locais na África e outras parte do mundo afetadas pelo HIV/AIDS a se tornarem centros de apoio para aqueles que vivem com a doença.

“Toda igreja local pode ser uma comunidade de apoio”, disse o Pastor Jan Paulsen, falando em 2 de dezembro na sede mundial da denominação em Silver Springs, Maryland. A Semana de Lembrança Mundial da AIDS na sede denominacional foi coordenada pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Socorro de Emergência (ADRA), o braço humanitário da Igreja. “Não se precisa ser um conselheiro certificado, mas pode-se adquirir algumas habilidades que ajudarão a edificar relacionamentos com as pessoas”, declarou Paulsen.

“Há 8.000 igrejas na África Centro-Oriental”, declarou o Dr. Allan Handysides, diretor dos ministérios de saúde da Igreja, seguindo-se ao discurso de Paulsen. “Se pelo menos metade abrisse suas congregações como um centro de apoio pelo menos uma vez por semana, mesmo que servissem somente doces ou uma banana, ou nada, pessoas com HIV/AIDS poderiam ir até lá para conversar com alguém que iria preocupar-se com elas”. Handysides explicou que a necessidade ocorre a nível local, “não em grandes associações”.

Paulsen declarou que a igreja “pode ajudar a desfazer alguns dos tabus” associados com a HIV/AIDS. “Podemos remover o estigma”, disse ele. “Por tempo demasiado temos pensado. . . ‘isso é o que mereceram’. . . conquanto na vasta maioria os que têm vivido com a HIV/AIDS hoje são acometidos pela doença sem nenhuma culpa disso”, comentou Paulsen.

“Não, não é uma maldição de Deus que leva milhões de crianças . . . a se tornarem órfãs”. “Preguemos que a comunidade cristã é uma comunidade que se preocupa com todos em todas as partes do mundo”, declarou Paulsen. “Pessoas que são portadoras do HIV/AIDS . . . precisam saber que aos olhos de Deus, e portanto a Seus olhos e a meus olhos, são do mais elevado valor como seres humanos. Elas ainda são parte da comunidade. Não têm que sair caminhando e clamando, ‘Imundo’”.

“Eu espero e oro para que nossa igreja possa levar o mesmo peso, a mesma convicção, o mesmo modus operandi em nossa representação dos necessitados e moribundos do mundo onde tantos, tantos milhões de pessoas inocentes são vítimas simplesmente de uma situação em que se vêem envolvidas”.

“Ele foi preciso e ao ponto”, declarou Handysides sobre os comentários de Paulsen. “Fiquei contente em ouvir isso. Ele mostra seu completo entendimento de que a Igreja não é uma entidade para se auto-perpetuar, mas uma entidade para demonstrar interesse pela comunidade”. Paulsen declarou que hospitais e clínicas na África estão oferecendo alguma ajuda, mas as igrejas locais teriam condições de auxiliar em formas menos custosas.

“Quando falamos sobre dinheiro, estamos falando sobre múltiplos bilhões. Nada temos para apresentar. Mas há tanto no ministério de cuidado às pessoas que é de baixo custo e de sentido humanitário, de revelação do amor de Deus e de amor a um irmão ou irmã. . .” aduziu Paulsen. “Não custa muito, e espero que façamos isso”.

Este ano houve cinco milhões de novos casos de HIV relatados—700.000 de crianças, segundo Charles Sandefur, presidente da ADRA International. “Para a ADRA, isso significa que celebrar oo Dia Mundial da AIDS este ano é mais importante do que nunca”, comentou Sandefur.

Além de projetos em andamento sobre HIV/AIDS por todo o mundo, vários escritórios da ADRA realizaram eventos especiais alusivos à data de 1o. de dezembro, Dia Mundial da AIDS. A ADRA em Nepal ofereceu aconselhamento voluntário e testes grátis em Banepa e Damak. A ADRA de Myanmar celebrou o dia realizando competição de cartazes, poemas e jogos segundo a tradição local.

Handysides comentou que a HIV/AIDS é a maior assolação que já atingiu a humanidade. É incurável . . . e poderia ser prevenida se as pessoas fossem mais responsáveis em seu comportamento”.  Paulsen explicou que muitas esposas na África não têm qualquer decisão em como proteger-se. . . . “Os maridos é que lhes dizem como agir, e quando, e como. E a doença se espalha”. Declarou ainda sentir-se contrariado com a apatia dos que não são afetados pela doença.“Nessa apatia revelam suas verdadeiras cores”.

Paulsen declarou que dirigentes adventistas do sétimo dia estão morrendo e têm morrido de AIDS. Cerca de 40 por cento da população de Bostswana está afetada. Na Zâmbia alguns segmentos da população experimentam uma proporção de 1 em 4 afetados, aproximando-se de 1 em 3. “Não creio que a membresia adventista devia esperar que os líderes façam algo a respeito”, completa Handysides.

“Dois dos mais destacados filhos da África hoje—Nelson Mandela e Kofi Annan—por diversas vezes têm apelado ao mundo ocidental e cutucado nossa consciência lembrando-nos quue a questão do HIV/AIDS tem que ver com direitos humanos. Deve preocupar o mundo inteiro. Freqüentemente é uma realidade que hoje está rondando a porta da frente de alguém—amanhã poderá estar rondando a sua porta dos fundos”, comentou Paulsen.

“A Ásia estará superando a África dentro de algum tempo a menos que alguém surja com uma vacina mais rápido do que julgamos que sejam capazes de fazê-lo”, aduziu. O sudeste da Ásia tem um dos mais elevados índices de infecção por AIDS, perdendo somente para a África. Mas as conseqüências plenas da epidemia ainda não chegaram ao auge. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 1 em 5 pessoas na região está vivendo com AIDS, mas os índices de mortalidade são de 1 em 11. Em cinco anos a região experimentará o dobro do índice de mortalidade por AIDS, disse Handysides à ANN numa entrevista em 2001.