Ernesto Olivares Miranda, um adventista do sétimo dia do Chile, é membro de uma equipe de alpinistas que estavam no Monte Everest quando o terremoto de magnitude 7,8 abalou Nepal no sábado, 25 de abril.

“Estávamos no acampamento-base, quando começou a tremer. A geleira soou com movimento e rachaduras. As nuvens que cobriam as montanhas circundantes não nos permitiam ver muito. De repente, o barulho começou a ficar mais alto, ecoando através das montanhas, e parecia que algo estava chegando mais perto, mas não podíamos ver nada “, disse Olivares Miranda.

Olivares e sua equipe estavam num acampamento-base localizado a 5.360 metros acima do nível do mar.  “Havia segundos eternos de incerteza. Olhamos para trás e vi uma nuvem de neve se aproximando em alta velocidade. Decidimos esperar alguns segundos para ver se iria nos atingir. Foi nesse momento que decidimos nos lançar para o gelo ao lado de uma pilha de pedras”, descreveu Olivares. “Por alguns segundos, senti um forte vento passar sobre nós e a neve começou a cair”.

Olivares também narrou à Agência Sul-Americana de Notícias (ASN) da sombria cena que se seguiu. “Ajudamos a resgatar os feridos, e apenas cobrimos os mortos. Aqueles foram dias muito tristes. A maioria dos mortos eram cozinheiros e seus assistentes”, contou ele.

Olivares e sua equipe estavam a 50 metros de onde a avalanche passou.

“Naquele momento eu pedi a Deus que me permitisse abraçar minha família mais uma vez. Lembrei-me do Salmo 91, “pois ele ordenará a Seus anjos a teu respeito. . . para que não tropeces com o teu pé em pedra”. Olivares disse à Rádio da Universidade Adventista do Chile, “naquele momento eu me agarrei a essa promessa”.

Horas mais tarde, o pessoal da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) fez contato com Olivares via WhatsApp e recebeu um relatório de localização e condição de Olivares.

Na quarta-feira, 29 de abril, Landerson Serpa, diretor da ADRA Bangladesh, e amigo do chileno informou a ASN que a equipe que Olivares estava liderando ainda se achava na montanha à espera de ajuda. “Ele está aguardando resgate no acampamento-base do Everest junto com centenas de alpinistas isolados. Eles estão bem, mas tristes pelas 20 pessoas que morreram na avalanche”, relatou Serpa. 

A mídia chilena divulgou que desde o terremoto, Olivares e sua equipe têm ajudado as equipes de resgate. Olivares disse à Rádio da Universidade Adventista do Chile que sua equipe também irá descer o Everest para visitar mais acampamentos-base “com a esperança de ser capazes de ajudar”.