Com orações solenes, hinos vibrantes e um forte apelo para “terminar a carreira com alegria”, o 4º Congresso Mundial de Capelania Adventista foi oficialmente inaugurado na segunda-feira, 30 de junho, com o tema: “A Resposta de um Capelão em um Mundo em Crise.” Realizado em St. Louis, Missouri, o encontro mundial reuniu 482 capelães adventistas registrados e 125 cônjuges para refletir sobre quatro décadas do ministério de capelania e abordar as urgentes necessidades espirituais de um mundo em turbulência.
Inspiração a Partir de uma Visão Sincera
Em sua apresentação de abertura, Iván Omaña, diretor do Ministério Adventista de Capelania da Associação Geral, estabeleceu o tom espiritual profundo do evento, chamando a atenção dos participantes para o crescimento e a constância do ministério. “Quero que me ouçam dizer isto, meus queridos líderes”, começou. “A liderança, a dedicação, o incansável empenho e a defesa de vocês como capelães e ministros tornaram possível este encontro mundial. O crescimento deste ministério nas últimas quatro décadas se deve à sua mentoria e à crença no nosso ministério de capelania. As parcerias de vocês têm sido a espinha dorsal da nossa missão coletiva.”

Na sequência, Iván Omaña abordou as duras realidades enfrentadas pela comunidade global. “Estamos reunidos em um momento da história em que guerras assolam o mundo, divisões políticas se aprofundam, a incerteza econômica paira no ar e o sofrimento pessoal se intensifica — dos campos de refugiados no Oriente Médio às salas de emergência lotadas, das instituições prisionais aos campi universitários. A crise já não é a exceção. É a norma. E, em meio a essa tempestade, meus queridos capelães, Deus chamou a mim e a vocês para sermos Sua presença viva”, declarou.
Omaña enfatizou que os capelães são a resposta encarnada de Deus em meio às crises. “O mundo está ferido”, disse ele. “E em meio a essa tempestade, Deus nos chamou — a mim e a você — para sermos Sua presença viva. Não apenas pastores atrás dos púlpitos, mas ministros que caminham pelos corredores dos hospitais, patrulham os pátios das prisões e aconselham sobreviventes traumatizados.”
Ele convocou os capelães a servirem com competência, compromisso e compaixão, inspirados pelas Escrituras e pelo serviço sacrificial dos primeiros pioneiros adventistas.
“Os capelães são o braço profissional do ministério que conduzirá a igreja pelos tempos finais”, afirmou Omaña. “Somos a igreja em campo.”

“Nada disso me abala”
A programação da noite contou com a participação do orador devocional Andrew Harewood, capelão general de brigada, que apresentou uma mensagem baseada em Atos 20, centrada no tema: “Uma missão, um ministério, uma mensagem.”
Ao refletir sobre mais de trinta anos de serviço na capelania militar — incluindo passagens pelo Iraque e Afeganistão —, Harewood testemunhou sobre a importância da fé, resiliência e liderança espiritual.
“Paulo disse: ‘Nada disso me abala.’ E essa precisa ser a nossa atitude hoje”, declarou Harewood. “Capelães devem liderar a partir da alma — pregando sempre, mas usando palavras apenas quando necessário.”
Ele desafiou os presentes a rejeitarem a passividade e abraçarem a coragem espiritual. “Liderar é ser, antes de fazer”, afirmou. “Não lutemos contra os corvos; apenas continuemos voando.”
Harewood concluiu com um apelo que tocou profundamente a congregação. “Precisamos ser curados antes de poder curar.”

Na Divisão Interamericana
Cada divisão da igreja mundial possui uma abordagem específica e um nível distinto de desenvolvimento quanto à sua força de trabalho em capelania, explicaram os líderes. “Temos 125 pessoas registradas da Divisão Interamericana (DIA) participando deste congresso”, informou Hiram Ruiz, diretor do Ministério de Capelania da DIA e capelão credenciado pela ACM. “Esse total inclui tanto os delegados quanto os capelães participantes.”
Ruiz acrescentou que a DIA conta com um programa de capelania bem estruturado, com mais de 280 capelães participando de treinamentos em educação pastoral clínica e educacional. “O papel do capelão foi reafirmado não apenas dentro das instituições, mas também em setores governamentais por toda a Divisão Interamericana”, afirmou Ruiz. “Por exemplo, na Colômbia e na Jamaica, respectivamente, um capelão adventista atua na Secretaria de Governo e outro em um hospital não adventista.”
Dos 35 palestrantes do 4º Congresso Mundial de Capelania, seis eram da Divisão Interamericana, informou Ruiz.
Cônjuges Incluídos Pela Primeira Vez
Pela primeira vez, as esposas dos capelães participaram oficialmente do Congresso Mundial de Capelania. No dia 1º de julho de 2025, uma programação especial homenageou o papel que elas exercem no apoio ao ministério, incluindo um projeto de ação comunitária realizado na Igreja Adventista do Sétimo Dia Ágape, onde foram distribuídos suprimentos essenciais a moradores afetados por um tornado.
“Vestimos nossas camisas azuis, calçamos sapatos confortáveis, arregaçamos as mangas e fomos as mãos de Jesus”, contou Debra Anderson, esposa do capelão reformado da Marinha dos Estados Unidos, Paul Anderson.
Joyce Johnson, esposa de Washington Johnson, diretor de Capelania da Divisão Norte-Americana, anunciou um seminário realizado na quarta-feira anterior, com o tema “Como cuidar de quem cuida”, com o objetivo de oferecer apoio emocional e espiritual às famílias dos capelães.

O Congresso Mundial de Capelania também contou com cultos de adoração, sessões de desenvolvimento profissional focadas em Educação Pastoral Clínica (CPE), atendimento a traumas, ética militar e resposta a crises. Segundo os organizadores, o evento incluiu ainda novas iniciativas de CPE em territórios de língua francesa e portuguesa, além de momentos de testemunho e intercâmbio que destacaram o alcance crescente da capelania adventista.
A Capelania Adventista do Sétimo Dia teve início em 1985, com apenas sete capelães oficialmente credenciados, estabelecida pela Associação Geral sob a liderança de Charles D. Martin, de acordo com fontes da própria instituição.
“O que começou como um esforço modesto para oferecer cuidado espiritual em ambientes militares, de saúde, penitenciários e educacionais, tornou-se um ministério global”, diz a nota.
“Hoje, centenas de capelães treinados e credenciados prestam serviços em todas as divisões do mundo, oferecendo apoio profissional e compassivo onde quer que a crise e a missão se encontrem.”
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