CONCÍLIO ANUAL APROVA MEDIDA PARA INCENTIVAR A ADESÃO ÀS PRAXES DA IGREJA

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CONCÍLIO ANUAL APROVA MEDIDA PARA INCENTIVAR A ADESÃO ÀS PRAXES DA IGREJA

A votação tem lugar depois de 50 delegados partilharem os seus pontos de vista.

Os delegados do Concilio Anual aprovaram na terça-feira um documento que detalha os passos sobre como lidar com entidades da Igreja Adventista do Sétimo Dia  que não aderirem a ações votadas pela Igreja Adventista a nível mundial. 

Numa votação de 169 a 122, os membros da Comissão Executiva da Associação Geral aprovaram um documento de três páginas que apela a um processo paciente de várias etapas de diálogo e oração para trazer reconciliação entre estas entidades e as praxes votadas da Igreja. 

O processo de um ano, que vários delegados descreveram como conciliador na abordagem, prevê várias consultas a vários níveis da estrutura da Igreja, cartas pastorais pedindo o cumprimento de ações votadas pela Igreja, e muita oração. Se a questão diz respeito a crenças fundamentais ou ações e praxes votadas da Igreja a nível mundial e continua sem solução, o próximo passo da ação terá lugar. O documento apela à Comissão Administrativa da Associação Geral a redigir uma proposta para o próximo curso de ação a ser submetida ao Concílio Anual de 2017 para aprovação. 

“Vamos trabalhar com diligência para obter um bom diálogo e discussão”, disse o presidente mundial da Igreja, Ted N. C. Wilson, após a votação.

“O Senhor não vai deixar esta Igreja vacilar”, disse ele. “Esta igreja vai avançar com a missão”. 

A votação da noite de terça-feira encerrou um debate de quase três horas sobre o documento, intitulado “Unidade na Missão: Procedimentos em Reconciliação na Igreja”, no auditório da sede da Igreja Adventista em Silver Spring, Maryland. Um total de 315 delegados representando 19,5 milhões de membros da Igreja em mais de 200 países e territórios estão reunidos em Maryland para as reuniões administrativas anuais da Comissão Executiva da Associação Geral, o maior poder de decisão na Igreja Adventista a nível mundial após a Assembleia da Associação Geral, realizada a cada cinco anos. No total, 292 delegados participaram da votação. 

Michael Ryan, assistente do presidente da Associação Geral que estava envolvido no desenvolvimento do documento, explicou aos delegados no início do debate de terça-feira e novamente mais adiante que o documento “Unidade na Missão” não era sobre a ordenação de mulheres. Em vez disso, ele disse, era sobre certificar-se de que todas as entidades da Igreja sigam a praxe mundial da Igreja. Esta, por sua vez, mantém a Igreja unida e a ajuda a cumprir sua missão de pregar o evangelho ao mundo, disse Ryan. 

“O que temos aqui é um documento respondendo ao apelo de que entremos num  momento de discussão e ouçamos as questões que possam estar diante de nós quanto a não conformidade”, disse Ryan. “Este documento não é sobre a ordenação de mulheres, [embora] certamente será um dos testes”. 

A Assembleia da Associação Geral de 2015 recusou uma proposta que teria permitido a algumas regiões da Igreja ordenar mulheres ao ministério pastoral. Alguns dos campos administrativos da Igreja, no entanto, têm ordenado mulheres.

Muitas das 50 pessoas que se levantaram para falar expressaram preocupação com a declaração. Dessas 50, alguns eram “convidados”, que só tinham voz, mas não voto. Várias expressaram preocupação sobre o escopo das potenciais questões que poderiam ser abordadas, incluindo as variações comumente aceitas de praxes de trabalho. Outros, vendo a votação de terça-feira como um seguimento do voto da Assembleia de San Antonio, disseram que o assunto para eles era de de consciência, não de salvação. Vários disseram temer que o documento iria dividir a Igreja em vez de unificá-la.

Daniel Jackson, presidente da Divisão Norte-Americana, disse que tem falado e orado com as entidades dentro de seu território, como o documento diz, e não via como o documento iria contribuir para a unidade da Igreja. Ele disse que a questão que os delegados em última instância, teriam que perguntar a si mesmos se aprovassen o documento era simples: “Esta decisão contribui para a unidade da Igreja?” 

Jiří Moskala, decano do Seminário Adventista do Sétimo Dia da Universidade Andrews expressou-se por vários delegados ao falar do seu desconforto de que as Crenças Fundamentais e ações e praxes votadas  pela Igreja a nível mundial  estejam aparentemente recebendo igualdade de condições no documento. Ele apelou a um estudo teológico de como a praxe diz respeito às crenças doutrinárias centrais da Igreja.

Alguns delegados disseram que sentiam que o documento havia sido apresentado precipitadamente para votação e precisava de mais estudo. “Precisamos de mais tempo com este documento”, disse Dave Weigley, presidente da União Associação Columbia dentro da Divisão Norte-Americana. 

Um esboço inicial do documento foi redigido por Ryan juntamente com presidentes de Divisão da Igreja no verão passado. O trabalho começou no documento revisto em 3 de outubro. 

Um momento descontraído ocorreu quando o vice-presidente geral da Igreja a nível mundial, Tom Lemon, que presidia a sessão, anunciou que o próximo delegado a falar seria Guilherme Miller. O público riu com o fato de que o presidente da Associação de Potomac compartilha o mesmo nome do pregador ligado à fundação do movimento do Advento.

Fazendo eco à bem-humorada menção, Miller brincou: “Esperemos que este não seja um grande desapontamento”.

Os delegados que apoiaram o documento disseram que os pontos levantados por outros delegados estavam fora do tópico e em um ponto pediu esclarecimento a Lemon. Eles disseram que que questão era somente se as entidades da Igreja a nível mundial precisavam cumprir as decisões votadas na Assembleia da Associação Geral. 

“Eu não tenho o direito de divergir de votos tomados pela Igreja a nível mundial”, disse Kathryn Proffitt, uma delegada leiga. Ela disse que não importavam os seus pontos de vista pessoais, teria que deixá-los de lado em vista do que a Assembleia da Associação Geral votou em assembleia. 

Guillermo Biaggi, vice-presidente geral da Igreja a nível mundial, reiterou que a decisão votada na Assembleia da Associação Geral tem autoridade em todo o mundo. “Temos de obedecer a este voto”, disse ele, referindo-se à votação da Assembleia de 2015. Ele acrescentou que o documento em discussão na terça-feira “apoia a missão, mesmo que alguns possam pensar de forma diferente”. 

Numa sala cheia de diferentes pontos de vista sobre o documento, a missão era o ponto em que todos pareciam concordar. Os delegados falaram apaixonadamente sobre o desejo de todos os líderes e membros da Igreja estarem fora no campo, espalhando o evangelho. 

“Todos nós aqui amamos a Igreja”, disse José Cortes, presidente da Associação de Nova Jersey, e o último delegado a falar pouco antes das 18:00 horas.

Ele recordou a sua avó dizendo-lhe quando se tornara um pastor: “Você pertence à Igreja, e a Igreja pertence a Jesus”. Ele apelou aos delegados para que acatassem estas palavras de coração. 

Após mais de duas horas de observações a partir do auditório, Lemon apelou aos delegados para votarem em cédulas de papel. Servidores colheram as cédulas e as levaram para a frente do auditório, onde o secretário da Igreja a nível mundial, G.T. Ng, e outros membros de sua equipe as contaram. 

Lemon disse numa entrevista após a votação que apreciava o decoro e acreditava que a questão fora bem compreendida. “O verdadeiro trabalho está apenas começando”, disse ele. 

Leia o documento completo “Unidade na Missão: Procedimentos em Igreja Reconciliação”.