O que pode ser encontrado sobre duas rodas? E onde essas duas rodas podem levar? Ivaneide Reis encontrou saúde, bem-estar, amigos e salvação. A empresária maranhense estava em um momento que pode ser chamado de divisor de águas.
Ela vivia em uma nova cidade e buscava se curar de um casamento que havia terminado, em que encontrava todo tipo de restrições. Sua mente não estava saudável. Chegou a Imperatriz, no sul Maranhão, encontrou um emprego e retomou o hábito da infância: pedalar.
Mas a insegurança de percorrer quilômetros sozinha a levou a encontrar um grupo de amigos que compartilhavam o mesmo hobbie. “O ciclismo me tirou da depressão e da ansiedade”, afirma a empresária. Ela conta ainda que quando sente algum sinal das doenças mentais, chama sua turma e sai a pedalar.
Assim, passou a fazer saídas esportivas com o grupo Seven Bikers, composto por adventistas do sétimo dia da cidade. “Minha mãe foi a pioneira em levar a gente para a Igreja Adventista”, detalha Ivaneide. Na adolescência, parou de frequentar as reuniões, casou-se e, após o divórcio, sentiu o desejo de visitar uma igreja. Foi então que conheceu o líder do grupo de ciclistas, que a convidou para ajudar na direção da atividade.
Comprometimento Com Deus e Com o Esporte
Isso teve influência direta na decisão dela pelo batismo. No entanto, não seria um batismo tradicional. “Eu quero me batizar na trilha. Onde tiver água, quero levar a turma e o pastor vai me batizar”, relembra sobre seu pedido. Fez questão da presença do pastor Francisco de Assis Oliveira Alencar, que também era membro do Seven Bikers.
O que aconteceu na vida de Ivaneide comprova e afirma o objetivo do projeto, de acordo com Heber Giroto, coordenador nacional do Seven Bikers. “Sempre pedia a Deus que me desse condições de fazer disso um ministério relevante”, explica o administrador de empresas.
Ele compartilha que o ponto de partida para a iniciativa veio quando reuniu algumas pessoas que já praticavam o esporte para dar início às atividades. Aos poucos, recebia a informação de que existiam outros ciclistas em outras cidades próximas, e incentivava que também formassem grupos nessas regiões.
Paralelamente, em Imperatriz, o grupo de Ivaneide também tinha o mesmo objetivo evangelístico. Fizeram contato e unificaram a marca. A então equipe Ciclistas Novo Tempo adotou o nome Seven Bikers, unindo-se ao projeto maior.
Durante a pandemia, chegaram a 160 grupos espalhados pelo Brasil e pelo mundo. Hoje, são 93 grupos presentes em 24 Estados brasileiros e outros países sul-americanos. “Eu não acreditava que Deus poderia transformar o esporte em um ministério tão relevante”, confessa o coordenador. Segundo ele, já são mais de 40 pessoas batizadas por influência do projeto.
A periodicidade das saídas esportivas varia de acordo com o grupo, mas alguns requisitos são fundamentais para quem quer ter uma filial do Seven Bikers na sua cidade. É necessário ter uma atividade social bimestral e uma atividade espiritual entre o grupo. Lanches, pequenos grupos, cultos de pôr do sol, visitas, convites para conhecer a igreja são opções para cumprir esses requisitos que fortalecem o espírito de comunidade dos participantes.
Giroto explica que, hoje, 50% dos ciclistas não são adventistas. “Nosso propósito é transformar vidas por meio do ciclismo”, sublinha. “Ficamos conhecidos como os ciclistas do livrinho”, relembra ele. Em parceria com a Casa Publicadora Brasileira (CPB), imprimiram o livro Viva com Esperança em formato de bolso. Assim, os atletas conseguem levar os exemplares no uniforme e distribuir para outros ciclistas.
Como Participar
Para criar ou fazer parte de uma equipe Seven Bikers, basta acessar o site e buscar pelo grupo mais próximo. Lá é possível também fazer o cadastro, conhecer as regras e princípios do projeto. E não precisa ser um atleta avançado na prática! Há opções para todos os públicos.
A versão original deste artigo foi publicada pelo site de notícias da Divisão Sul-Americana em português.