O estado sólido das finanças da Associação Geral (AG) dos Adventistas do Sétimo Dia (AG) é o resultado das bênçãos de Deus e dos esforços conscientes de seus líderes para conter despesas e, ao mesmo tempo, aumentar os fundos para iniciativas missionárias em todo o mundo, disse o tesoureiro da Associação Geral, Paul H. Douglas. Sua declaração fez parte do Relatório de Tesouraria no primeiro dia da Reunião de Primavera do Conselho Diretivo (CD) da Associação Geral em Silver Spring, Maryland, Estados Unidos, em 9 de abril.

“A posição financeira da Associação Geral em 31 de dezembro de 2023 é sólida”, disse Douglas. “Louvamos o Senhor pela forte posição financeira, considerando as condições econômicas globais prevalecentes”.

UM GIRO MUITO POSITIVO

Douglas explicou que um sinal muito positivo é que a Associação Geral encerrou o ano com cerca de 310 milhões de dólares em ativos líquidos, dos quais 92% estavam em caixa e investimentos. “Isso não é obra nossa, é obra de Deus e somente de Deus. Fomos lembrados mais uma vez que, nos momentos que podemos considerar turbulentos, que nos momentos que podemos considerar problemáticos, Deus está no controle, e Ele proverá tudo que precisamos para fazer o que ele nos chamou para fazer”.

Douglas explicou que em 2023, a AG recebeu aproximadamente 13 milhões de dólares a mais em dízimos do que os 78 milhões orçados. As ofertas também se recuperaram após a pandemia de COVID-19, disse Douglas. “Para o ano de 2023, superamos o orçamento, e no ano anterior, 2022, em 23 e 10 milhões de dólares, respectivamente”, disse Douglas. Isso significa que, em 2023, a Associação Geral recebeu 97 milhões de dólares em ofertas, contra os 74 milhões orçados.

O aumento constante das ofertas significa que, em 2023, apenas 48% do financiamento da AG veio do dízimo, revertendo uma tendência de anos anteriores. “O equilíbrio relativo entre dízimo e ofertas deve-se em grande parte à generosidade de nossos membros para apoiar nossa missão global e não apenas a missão local que as igrejas onde se congregam administram”, explicou Douglas.

DESPESAS, CAPITAL DE GIRO E INVESTIMENTOS

As despesas de programa da AG em 2023 totalizaram 172 milhões de dólares. Deste montante, 43% foram gastos em estratégia e suporte à missão, 15% em desenvolvimento de liderança e prestação de contas, e 13% em mídia e publicações. Além disso, 9% foram gastos em instituições educacionais, e outros 20% em outras despesas. Mas, apesar das pressões inflacionárias, disse Douglas, “a Associação Geral foi capaz de manter suas despesas iguais ano após ano, o que é um testemunho de nossa atenção cuidadosa com os gastos”.

Os números de capital de giro e ativos líquidos também foram positivos, informou Douglas. Segundo ele, esses montantes se concentram na facilidade com que uma organização pode responder a uma emergência para que suas atividades missionárias não sejam interrompidas. Douglas explicou que a política vigente recomenda “um mínimo de seis meses para o capital de giro e um mínimo de três meses que devem estar em ativos líquidos”. Mas para a Associação Geral, disse, “decidimos, por voto deste órgão administrativo, que nossos mínimos sejam fixados em 12 meses e 9 meses, respectivamente”. Douglas ficou feliz em informar que, no final de 2023, a AG tinha 13,9 meses de capital de giro e 11,1 meses de ativos líquidos.

Quanto aos investimentos, Douglas destacou: “Gostaria de louvar ao Senhor pela significativa mudança de valor de nossos investimentos”. Após uma redução do valor de mercado de 18 milhões de dólares em 2022 devido às volatilidades dos mercados financeiros, uma recuperação em 2023 aumentou significativamente seu valor de mercado. “Sim, os mercados financeiros são voláteis, mas gostaria de assegurar ao corpo [...] que nossa filosofia de investimento é consistente em sermos administradores adequados dos recursos que Deus nos confiou”, disse Douglas.

ECONOMIAS SUBSTANCIAIS

No segmento seguinte do Relatório de Tesouraria, o tesoureiro adjunto da Associação Geral, Ray Wahlen, informou sobre o Limite Operacional para 2023, ou a quantidade de dinheiro que a Associação Geral pode gastar anualmente, de acordo com os regulamentos. Wahlen ficou feliz em compartilhar que, em 2023, a AG operou com apenas 76,78% da quantidade ordenada pelo Conselho Diretivo.

Segundo Wahlen, e ao contrário de ocasiões anteriores, em que os pontos baixos de gasto foram consequência de crises financeiras, em 2023 a principal razão para o baixo percentual gasto foi “devido à recuperação do dízimo mundial total da recessão econômica global a um ritmo mais rápido do que a perspectiva de gasto prevista para o funcionamento da sede”.

Este relatório, sublinhou Wahlen, é “um testemunho do poder de Deus e da fidelidade de seus muitos mordomos cristãos em todo o mundo”.

Douglas concordou. “Em 2023, podemos dizer que Deus continuou abençoando sua igreja por meio da fidelidade de nossos membros para que pudéssemos cumprir nossa comissão de alcançar o mundo para Cristo”.

DOIS FUNDOS DE IMPACTO MISSIONÁRIO

Como exemplo de como o sólido estado financeiro da Associação Geral está diretamente relacionado à missão, Douglas referiu-se a dois fundos específicos conectados a projetos de missão em vários níveis da igreja.

O primeiro Fundo de Impacto Missionário, que foi implementado em 2021, compromete recursos para apoiar projetos missionários gerados por igrejas locais. Ao proporcionar apoio às igrejas locais cujas apresentações de projetos são aprovadas, os líderes da AG buscam enfatizar sua intenção de inspirar as igrejas locais, investir na missão de linha de frente e impactar o mundo para Cristo, uma comunidade de cada vez, enfatizou Douglas. Ele ainda informou que, em 2025, estarão disponíveis 5 milhões de dólares para serem atribuídos a esse fundo.

Concomitantemente, e pela primeira vez, um segundo Fundo de Impacto Missionário verá a alocação de recursos financeiros para apoiar as divisões mundiais e campos adjuntos da Igreja Adventista que implementem uma iniciativa evangelística em todo o território em 2024, 2025, 2026 ou 2027. No caso deste segundo fundo, a atenção será centrada nas regiões que apresentem um plano abrangente, que envolva suas uniões, associações locais e igrejas locais, explicou Douglas.

Ele acrescentou que o investimento por entidade eclesiástica destaca a intenção da Associação Geral de inspirar líderes e membros das igrejas em uma iniciativa evangelizadora em todo o território, investir recursos financeiros e tecnológicos, e “impactar o reino de Deus com uma alta colheita de almas que, por sua vez, tornem-se discípulos ativos de Jesus Cristo”. E acrescentou: “Estamos comprometidos, desde a Associação Geral, a apoiar cada divisão e cada entidade vinculada a cobrir até 20% do custo total do programa, até 500.000 dólares por entidade”.

JÁ ESTÁ EM ANDAMENTO

Entre as principais iniciativas regionais já planejadas está o Impacto Evangelístico da Divisão Centro-Leste Africana (DACO) para 2025, que apoiará planos evangelizadores nas onze nações da África Centro-Oriental que compreendem essa região, informou Douglas. “Eles têm um plano ousado, um plano impulsionado pelo Espírito Santo para dobrar o número de membros dessa divisão”.

O plano envolve a mobilização em 33.000 locais diferentes para a proclamação do evangelho, compartilhou Douglas.

Além disso, na Divisão Norte-Americana, Pentecostes 2025 busca planejar, programar e implementar “Três mil iniciativas de proclamação” para 2025, informou Douglas. “Isso vai além de fazer amigos e realizar diferentes atividades de saúde, mas realmente proclamar a Palavra de Deus”, disse. “A divisão está comprometida, suas uniões estão comprometidas, suas associações estão comprometidas, seus membros estão comprometidos, e a Associação Geral vem se comprometer, à medida que mobiliza recursos para a missão”.

UMA MUDANÇA DE PARADIGMA

No geral, os responsáveis pela Tesouraria da Associação Geral explicaram que as últimas medidas fazem parte de uma mudança de paradigma que visa sustentar esforços conjuntos para reorientar o foco na missão. “Precisamos pensar e agir de forma diferente”, disse Douglas. “Temos que ser mais intencionais com a estratégia”. E acrescentou: “Se realmente acreditamos que Jesus virá em breve, devemos pensar e agir de forma diferente. E devemos fazer e responder às perguntas certas”.

Douglas enfatizou que, no passado, existiam apenas fatias de um bolo de alocações, uma abordagem segmentada nos programas da igreja e gastos sem prestação de contas. “A ideia agora é sermos mais intencionais com nossa estratégia, integrando nossos esforços e investindo para o impacto da missão”, disse Douglas. “Colocaremos em prática, nos próximos dias e mais adiante, um modelo que nos guiará sobre como investir com impacto”.

O objetivo, segundo Douglas, é evitar atividades que exijam alto investimento e tenham baixo impacto, assim como aquelas que demandam baixo investimento e também têm baixo impacto. “Temos que corrigir [e até mesmo] esquecer esse tipo de atividades”, disse. “Por que estamos aqui? O que estamos fazendo com os recursos que Deus nos deu?”, perguntou.

Finalmente, enfatizou Douglas, a igreja precisa se mover para atividades de alto impacto, inclusive encontrar atividades que demandem baixo investimento, mas que tenham alto impacto, movendo-se de áreas que são “sem sentido e fracas” para aquelas áreas que são “inteligentes e estratégicas”.

REAÇÕES POSITIVAS DOS PRESENTES

Vários delegados do Conselho Diretivo dirigiram-se aos microfones da sala para expressar seu apoio à iniciativa.

“Estamos contentes pelo impacto do segundo [Fundo de Impacto Missionário], que linda com as atividades de evangelização em todo o território”, disse Robert Osei-Bonsu, presidente da Divisão Centro-Oeste Africana. “Acreditamos que isso é louvável e nos motivou para nos dedicarmos à evangelização”.

David Kayombo Ndonji, da União do Norte da Zâmbia na Divisão Sul- Africana Oceano Índico, concordou. “Quero confirmar o impacto que [o aumento de fundos] está tendo em nosso território. [...] Apenas quero encorajar [a todos] a ter o mesmo espírito”, disse Ndoji por meio da plataforma de videoconferência Zoom. “Quando falamos de finanças, deveríamos falar de missão, [e do] por que estamos fazendo o que fazemos”.

A vice-presidente aposentada da Associação Geral, Ella Simmons, também falou por Zoom e disse que também queria oferecer palavras de afirmação. “Como aposentada, agora posso processar esses temas da perspectiva de um membro da igreja local”, disse Simmons. Ela acrescentou que, ao mesmo tempo, lembra de múltiplas reuniões de planejamento estratégico nas quais os membros do Conselho costumavam debater a necessidade de alinhar a missão e os recursos. Agora, tudo isso está se tornando realidade. “Deus está agindo em sua igreja, e estamos muito agradecidos pelo que a Tesouraria apresentou hoje”, disse.

A versão original deste artigo foi publicada pelo site da Adventist Review.