Para as irmãs Lychel Lee Gabuco e Cheard Lyzz Gabuco, o ministério nunca teve a ver com estar no centro das atenções. Para elas, servir é marcar presença onde mais importa — muitas vezes em silêncio, nos bastidores — criando um espaço onde pessoas surdas possam ver, sentir e viver o amor de Jesus.
Hoje, após mais de 15 anos de serviço no ministério para surdos, as duas se dirigem à 62ª Assembleia da Associação Geral como representantes do Ministério Adventista das Possibilidades (MAP) e do Ministério Adventista Internacional para Surdos – Filipinas. Para elas, é mais do que um evento. É um marco em uma jornada definida pela oração, perseverança e propósito.
“Jamais imaginamos que faríamos parte de algo tão global”, compartilhou Lychel. “A maior parte do nosso trabalho acontece em igrejas pequenas, comunidades locais e espaços voltados para surdos que as pessoas nem sempre enxergam.”
As irmãs passaram anos alcançando pessoas surdas em várias regiões das Filipinas, estabelecendo ministérios em igrejas, treinando intérpretes voluntários e fortalecendo líderes surdos. Embora o número de membros surdos ainda seja pequeno — cerca de 200 membros e 20 intérpretes em sete igrejas — o impacto continua a crescer.
“É fácil sentir que estamos ficando para trás em comparação com outros”, disse Lychel. “Mas Deus não conta tamanho. Ele olha para a fé e a visão.”
A oportunidade de participar da Assembleia da Associação Geral foi totalmente inesperada, segundo elas. Solicitar um visto para os Estados Unidos parecia uma tarefa quase impossível, já que não tinham uma instituição patrocinadora nem um histórico formal de trabalho. Mas, após meses de oração, ambas foram aprovadas — junto com a mãe, uma senhora idosa que sempre as acompanhou nas viagens missionárias. Todas as despesas de viagem e hospedagem foram totalmente cobertas graças à generosidade de organizações que apoiam a visão do MAP.
“Esse tipo de provisão só pode vir de Deus”, afirmou Lychel. “Cada resposta às nossas orações foi uma confirmação de que Ele está nos enviando para crescermos, aprendermos e compartilharmos o que temos vivido.”
Elas acreditam que sua história é um vislumbre do que significa fazer parte de uma igreja verdadeiramente global e inclusiva. Sua presença na Assembleia representa uma mudança: uma igreja que não apenas abre espaço, mas convida todos a liderar, contribuir e serem vistos.
Para os jovens que buscam propósito, vocação e identidade, a história de Lychel e Cheard é um lembrete de que missão não se define por palco ou prestígio — e sim pela fidelidade.
“Não estamos aqui por sermos especiais”, disse Lychel. “Estamos aqui porque Deus está aqui. E Ele quer que todos — ouvintes, surdos, com ou sem deficiência — façam parte de Sua missão.”
Enquanto a Igreja Adventista do Sétimo Dia se reúne para adorar, planejar e sonhar na Assembleia da Associação Geral, as irmãs carregam consigo não apenas as esperanças de uma pequena comunidade nas Filipinas, mas também a visão de uma igreja onde ninguém fica de fora.
E isso, elas acreditam, é o coração do evangelho — que se cumprirá quando todos forem vistos.
A versão original deste artigo foi publicada no site da Divisão Sul-Asiática do Pacífico. Entre no canal da ANN no WhatsApp para acompanhar as últimas notícias da Igreja Adventista.