Representando mais de 60% da membresia da Igreja Adventista do Sétimo Dia ao redor do mundo, as mulheres não estão apenas marcando presença na Assembleia da Associação Geral de 2025. Elas estão mostrando o que significa pertencer, contribuir e moldar o futuro de uma igreja que amam.
Ao entrarem no imenso auditório em St. Louis, as delegadas trazem consigo histórias, experiências vividas, sabedoria espiritual e um desejo comum: ver a igreja crescer — mais forte, mais unida e mais representativa do corpo global de Cristo.
Dos 2.809 delegados oficiais da 62ª Assembleia da AG, cerca de 21% são mulheres. Entre os delegados com menos de 30 anos, esse número sobe para 69% — um sinal promissor de que as novas gerações estão assumindo com confiança a liderança compartilhada. Ainda há espaço para avançar, mas esses números revelam uma verdade mais profunda: quando todos são convidados à mesa, a igreja se torna uma comunidade mais rica e inclusiva. E o futuro se torna uma jornada compartilhada.
Uma Nova Geração Encontra Sua Voz
Sanja Kuševska, Sladana Markovic e Sara Bracer são três jovens delegadas da Macedônia que participam pela primeira vez de uma Assembleia da AG. Para elas, estar presente vai muito além de usar um crachá — significa responsabilidade e confiança.
“Somos gratas à nossa União por confiar essa responsabilidade a nós,” disse Markovic. “Isso mostra que nosso trabalho é reconhecido e valorizado como o de qualquer outra pessoa.”
Rayanniris Costa, da Bahia, Brasil, também compartilhou como essa primeira experiência tem sido reveladora. Diretora de clube de Desbravadores e líder na igreja local desde a adolescência, ela descreveu a participação como um momento marcante.
“Estou realmente surpresa. Muitas vezes pensamos que a igreja se resume ao nosso pequeno contexto local, mas aqui a gente vê o quão grande, viva e diversa ela realmente é,” afirmou. “É lindo perceber isso.”
Para Costa, estar presente não é apenas uma questão de representatividade, mas de mordomia e missão compartilhada: “Servimos em muitos departamentos, especialmente nos Ministérios da Criança e da Família. É importante termos voz. Isso amplia a visão da igreja.”
![Vinda de uma cidade do nordeste do Brasil, Rayanniris Costa pretende aplicar em sua igreja local o que aprendeu na Assembleia da AG. [Foto: Seth Shaffer/Adventist Media Exchange (CC BY 4.0)]](https://images.hopeplatform.org/resize/L3c6MTkyMCxxOjc1L2hvcGUtaW1hZ2VzLzY1ZTcxMzAxZjY1NTI4MWE1MzhlZDM3My9lSFcxNzUxODUxODc4OTI2LmpwZw/w:1920,q:75/hope-images/65e71301f655281a538ed373/eHW1751851878926.jpg)
Ela também destacou o ambiente respeitoso durante as discussões: “Todos têm voz. Há respeito. E isso é fundamental.”
Ainda assim, as jovens notaram que a participação nem sempre é equilibrada.
“A maioria dos relatórios da AG é apresentada por homens,” observou Kuševska. Bracer acrescentou: “Embora diversidade e equilíbrio de gênero tenham sido enfatizados desde o início, aqueles que já estavam em posições de liderança — em sua maioria, homens — foram frequentemente reconduzidos.”
Mas o grupo preferiu não se concentrar no desequilíbrio. A visão delas é de parceria. Não de competição, mas de colaboração — uma mesa compartilhada onde homens e mulheres contribuem de formas diferentes, mas igualmente importantes, para a mesma missão.
![Da esquerda para a direita: Sanja Kuševska, Sladana Markovic, Sara Bracer e Andreea Epistatu (autora do artigo) na Assembleia da AG 2025. [Foto: Andreea Epistatu]](https://images.hopeplatform.org/resize/L3c6MTkyMCxxOjc1L2hvcGUtaW1hZ2VzLzY1ZTcxMzAxZjY1NTI4MWE1MzhlZDM3My9LUk8xNzUxODUyMDgyMjA2LmpwZw/w:1920,q:75/hope-images/65e71301f655281a538ed373/KRO1751852082206.jpg)
Para Erton Köhler, recém-eleito presidente da Associação Geral, a presença das mulheres na liderança não é apenas necessária — é estratégica.
“Temos mais mulheres do que homens entre os membros da igreja. E eu gostaria de ver mais delas envolvidas na liderança, nas comunidades e em muitas de nossas iniciativas,” afirmou.
![Em entrevista coletiva, o presidente da AG, Erton Köhler, compartilhou sua visão sobre o papel das mulheres na missão da igreja. [Foto: Nathaniel Reid/Adventist Media Exchange (CC BY 4.0)]](https://images.hopeplatform.org/resize/L3c6MTkyMCxxOjc1L2hvcGUtaW1hZ2VzLzY1ZTcxMzAxZjY1NTI4MWE1MzhlZDM3My9HaDgxNzUxODUyMjIzMzEwLmpwZw/w:1920,q:75/hope-images/65e71301f655281a538ed373/Gh81751852223310.jpg)
Na visão de Köhler, o papel das mulheres vai além das responsabilidades tradicionais: “Elas têm uma sensibilidade especial e habilidades únicas que podem ser uma grande bênção para a igreja — se lhes dermos mais oportunidades.”
Embora Köhler evite se envolver em discussões controversas, como a da ordenação, ele é direto ao reconhecer o valor das mulheres: “Elas são especiais, são importantes, e espero ver mais delas envolvidas.”
Vinda do outro lado do mundo, Danita Perez Caderna, diretora dos Ministérios da Criança da Divisão do Pacífico Sul, com sede nas Filipinas, também participa pela primeira vez de uma Assembleia da AG. Para ela, a crescente participação feminina reflete o reconhecimento que a igreja tem oferecido às mulheres.
![Danita Perez Caderna, das Filipinas, vê com otimismo a participação das mulheres na missão. [Foto: Anne Seixas]](https://images.hopeplatform.org/resize/L3c6NzY4LHE6NzUvaG9wZS1pbWFnZXMvNjVlNzEzMDFmNjU1MjgxYTUzOGVkMzczLzYyNTE3NTE4NTIyNzk1MjguanBn/w:768,q:75/hope-images/65e71301f655281a538ed373/6251751852279528.jpg)
“As mulheres estão sendo valorizadas. A igreja mundial está abrindo espaço para que possamos nos expressar, contribuir e nos envolver plenamente. Isso nos fortalece,” afirmou. Caderna acredita que as mulheres trazem forças específicas para a missão: “Sabedoria, visão e sensibilidade. Esses dons são essenciais para a igreja — especialmente no trabalho com famílias e comunidades.”
Ela também destacou a importância da colaboração entre departamentos, especialmente entre os Ministérios da Criança e os Ministérios da Mulher: “Estamos vendo as mulheres sendo cada vez mais reconhecidas como um grande recurso para a igreja.”
Uma Voz e um Dom
Debbie Mbayo Maloba, delegada da Divisão Africana Centro-Oriental (DACO), vê sua participação como um dever sagrado. Ela explicou que ser delegada na Assembleia da AG “significa muito para nós, especialmente para as mulheres,” e que isso demonstra que “estamos envolvidas na vida, no desenvolvimento e no progresso da nossa igreja.” Ela acrescentou: “Significa que somos valorizadas.”
Maloba observou uma mudança positiva na representatividade, dizendo que, embora as mulheres “ainda não estejam em 50%, já alcançamos uma porcentagem maior,” o que considera um avanço na colaboração.
Ao ser questionada sobre qual mensagem deixaria para seus colegas na liderança, ela respondeu com confiança tranquila que Deus deu às mulheres dons que tocam as pessoas de maneira profunda — não apenas espiritualmente, mas também na vida cotidiana. Ela acredita que, às vezes, as mulheres conseguem se conectar de forma diferente, e “essa é a beleza de trabalharmos juntos.”
Das Filipinas ao Brasil, da Europa Oriental à África, as mulheres trazem perspectiva, força e compaixão que enriquecem a missão da igreja.
Em 2025, suas vozes ecoam aquilo que a igreja está aprendendo: a missão avança quando a igreja caminha unida — homens e mulheres, lado a lado.
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