Líderes adventistas do sétimo dia uniram-se a representantes de outras denominações cristãs australianas para redigir uma carta aberta direcionada a líderes políticos, solicitando a proteção dos recursos destinados à ajuda humanitária australiana às vésperas das eleições federais. Entre os signatários estão Terry Johnson, presidente da União Australiana, e Denison Grellmann, diretor executivo da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) na Austrália. A iniciativa foi coordenada pela Micah Australia — uma coalizão de agências cristãs voltadas ao desenvolvimento e à justiça, da qual a ADRA Austrália é integrante.
A carta foi endereçada aos líderes dos principais partidos políticos da Austrália, bem como a parlamentares independentes, e pede que “reafirmem [seu] compromisso com o programa de ajuda da Austrália e continuem construindo sobre a estabilidade já alcançada”. A Micah Australia solicita que a ajuda internacional aumente para 1% do orçamento nacional, acima do índice atual — historicamente baixo — de 0,68%, o que coloca a Austrália entre as nações desenvolvidas menos generosas do mundo.
“Somos chamados de país da sorte, e, sendo assim, deveríamos ser ainda mais generosos!”, disse Johnson. “Como nação, podemos e devemos nos envolver mais com o Pacífico e além, para compartilhar a bondade de Deus conosco.”
Além dos líderes adventistas que assinaram a carta, a pastora adventista Moe Stiles, capelã dos estudantes universitários adventistas em Melbourne e pastora da Crosswalk Melbourne, tem trabalhado com a Rede de Mulheres Líderes da Micah. Ela apresentou o vídeo explicativo que acompanhava a carta, ao lado do diretor nacional da Micah Austrália, Matt Darvas.
“Quando falamos sobre ajuda, não se trata apenas de algo distante”, destacou Stiles, natural de Samoa. “Essa realidade impacta diretamente o meu país de origem, o meu povo — e também pessoas que eu talvez nunca conheça. Por isso, quando a Micah me convidou a participar, respondi que estaria disposta a ajudar da forma que pudesse.”
Stiles destacou a importância dos cristãos se posicionarem sobre esse tema durante o período eleitoral. “Como temos visto em outras partes do mundo, há implicações reais na forma como votamos”, comentou. “Precisamos votar por políticas que sejam gentis, políticas compassivas, políticas que realmente reflitam o que significa amar bem o nosso próximo.”
“E quando levantamos a voz em favor da ajuda e do cuidado com nossos vizinhos no Pacífico, como parte da igreja cristã em geral, temos a oportunidade de influenciar nossos políticos de uma maneira muito poderosa.”
A carta dos líderes cristãos também mencionava as pessoas em situação de necessidade dentro da Austrália, destacando os esforços das igrejas para atender a essas demandas. “Nossas igrejas estão profundamente comprometidas em apoiar aqueles que enfrentam dificuldades — seja por meio de doação de alimentos, atendimento em crises, apoio à saúde mental ou cuidado pastoral”, diz a carta. “Apoiamos com firmeza os esforços para garantir que as necessidades internas sejam atendidas. Ao mesmo tempo, acreditamos que também somos chamados a cuidar dos nossos vizinhos além das fronteiras.”
“Biblicamente, somos chamados a falar em nome dos necessitados, estejam eles em nosso país ou em outras nações”, explicou Johnson, citando Provérbios 14:31: “Quem oprime o pobre insulta aquele que o criou, mas honra a Deus quem se compadece do necessitado” (NVI).
O orçamento federal anunciado antes do início da campanha eleitoral atual incluiu um pequeno aumento no financiamento da ajuda internacional. No entanto, em relação ao crescimento do orçamento nacional como um todo, houve uma redução proporcional.
A versão original deste artigo foi publicada no site de notícias da Divisão Sul-Asiática do Pacífico, Adventist Record. Entre no canal da ANN no WhatsApp para acompanhar as últimas notícias da Igreja Adventista.