Em meio à “maior incerteza política e econômica da história”, os responsáveis financeiros da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia expressaram gratidão a Deus por Sua intervenção na gestão financeira da igreja.
“Louvamos ao Senhor pela sólida posição financeira da igreja, considerando as condições econômicas mundiais atuais”, disse o tesoureiro da Associação Geral, Paul H. Douglas, na Reunião da Primavera de 2025, realizada em Silver Spring, Maryland, Estados Unidos, no dia 8 de abril.
Douglas informou que a Associação Geral encerrou o ano fiscal com aproximadamente 338 milhões de dólares em ativos líquidos, dos quais 94% estão em caixa e investimentos.
“Temos sido mordomos fiéis dos recursos que Deus nos concedeu para promover a causa de Seu reino”, afirmou. Ao mesmo tempo, enfatizou que a solidez financeira da AG “não se deve às nossas próprias conquistas, mas ao propósito divino de Deus em nos fornecer o que precisamos para cumprir Sua obra”.
Uma Mudança Crescente
Douglas informou que, em 2024, a Associação Geral recebeu aproximadamente 4 milhões de dólares a mais em sua parte dos dízimos do que os cerca de 82 milhões de dólares previstos no orçamento.
No entanto, os dízimos apresentaram um padrão irregular desde 2019, algo que pode ser atribuído à implementação de um acordo de paridade de dízimos entre as regiões da igreja mundial, o qual efetivamente reduziu a contribuição da Divisão Norte-Americana (DNA) para o orçamento geral, informou ele. Além disso, em 2024, o fortalecimento significativo do dólar americano em relação a moedas estrangeiras resultou em uma menor quantidade de dízimos recebidos de certos países ao redor do mundo.
As ofertas voltaram a superar o valor orçado. Douglas explicou que está ocorrendo uma mudança crescente no padrão das contribuições de dízimos e ofertas. Os dízimos, que representavam 58% do orçamento em 2020, passaram a representar apenas 45% em 2024.
“O crescimento das ofertas em relação ao dízimo sugere que está havendo um reavivamento do interesse pela missão global da igreja no coração e na mente de nossos membros”, disse Douglas. “Sem dúvida, isso terá um impacto direto na atuação local da igreja, que se tornará mais próspera devido à atenção intencional que está sendo dada à missão global.”
“O que estamos vendo aqui em termos de ofertas é um sonho”, comentou Marcos Bomfim, diretor de Mordomia da AG, após se dirigir a um dos microfones. “É motivo de alegria, e acredito que podemos crescer ainda mais.”
Gastos, Capital e Ativos
Os gastos aumentaram 6% em 2024. Douglas explicou que, além dos efeitos da inflação, esse aumento foi resultado do apoio prestado aos campos mundiais e das respostas a emergências. Em todo caso, a AG manteve seus gastos abaixo do limite estabelecido, informou.
Douglas também compartilhou que, no final de 2024, a AG dispunha de 14,6 meses de capital de giro disponível (ativos circulantes menos passivos circulantes), o que está acima da recomendação do regulamento. Quanto aos ativos líquidos disponíveis (que podem ser convertidos rápida e facilmente em dinheiro), a AG contava com 11,6 meses — também acima da recomendação.
Em relação aos investimentos, Douglas relatou que, após uma queda registrada em 2022, os investimentos voltaram ao campo positivo.
“Sim, os mercados financeiros são voláteis — e ainda mais nos últimos dias —, mas gostaria de assegurar (ao Comitê Executivo) que nossa filosofia de investimentos está alinhada com a boa administração dos recursos que Deus nos confiou”, afirmou.
Após a apresentação de Douglas, o tesoureiro associado da AG, Ray Wahlen, explicou que, após as reduções ocorridas durante a pandemia de COVID-19, agora há “um retorno aos níveis operacionais normais, apesar de vários anos de inflação significativa”.
Ele explicou: “A prática da boa administração dos dízimos e das ofertas por parte dos filhos de Deus em todo o mundo é bastante evidente. Além disso, a equipe da Associação Geral participou da nossa recuperação financeira por meio de decisões sábias de gastos que foram tomadas diariamente ao longo do ano. Mas, muito mais do que isso, somos extremamente gratos pela contínua e abundante provisão do Senhor”.
Recursos Para a Missão
Douglas enfatizou que Deus continua abençoando Sua igreja graças à fidelidade dos membros, permitindo que ela cumpra sua missão de levar Cristo ao mundo.
Os recursos destinados à missão que foram votados já foram utilizados e continuarão sendo usados para apoiar iniciativas missionárias administradas nas igrejas locais e pelas divisões da igreja mundial. Para 2025, foram destinados 6,7 milhões de dólares para projetos de igrejas locais, informou.
Além disso, a AG alocou recursos para apoiar as divisões na realização de grandes campanhas de evangelismo. Segundo Douglas, os relatórios recebidos até o momento mostram milhares de vidas impactadas pelas igrejas por meio de programas evangelísticos, ações comunitárias e iniciativas educacionais. Ele também destacou que, no território da Divisão Centro-Leste Africana, mais de um milhão de pessoas foram batizadas, enquanto no território da Divisão Norte-Americana foram registrados mais de 5.000 pontos de pregação.
Distribuição e Paridade dos Dízimos
Douglas também informou que os responsáveis financeiros estudaram o impacto de uma votação que visa fazer com que todas as regiões da igreja mundial alcancem a paridade nas contribuições, transferindo 3% de seus dízimos para a AG até 2030. (Em 2024, a Divisão Norte-Americana — DNA — contribuiu com os 3%, enquanto as demais regiões transferiram 2,4%). A DNA também contribui com um adicional de 0,85% devido aos benefícios que seus membros e instituições recebem por conta da localização física das universidades Andrews e Loma Linda dentro de seu território.
Após o estudo, os líderes financeiros concordaram em submeter à votação a continuidade do cronograma de contribuições já aprovado, pois outros cenários seriam financeiramente insustentáveis para a AG, explicou Douglas.
Durante os comentários, o tesoureiro da Divisão Intereuropeia, Norbert Zens, afirmou que, devido aos resultados financeiros positivos dos últimos anos, preferiria que as divisões mantivessem a contribuição de 2,5% para a AG, em vez de aumentá-la para 3%. “Gostaria que mais recursos permanecessem no nível local”, declarou.
Douglas discordou. “Com todo o respeito, discordo do meu colega”, respondeu a Zens. “Acredito que o caminho que estamos trilhando é o mais prudente.”
A proposta foi aprovada com 141 votos a favor e 37 contra.
Outra moção recomendou que a DNA mantivesse a contribuição adicional de 0,85% a partir de 2026, desde que a DNA não possa auditar as subvenções da AG antes de 2040 e que a AG deixe de enviar recursos para o plano de aposentadoria definido da DNA.
A moção foi aprovada por 148 votos a favor e 16 contra.
Alocações e Distribuições
Na parte final do relatório, Douglas apresentou os resultados de um grupo de estudo sobre alocações e distribuições. O grupo apresentou sete recomendações, entre elas a adoção de uma metodologia para calcular as alocações, levando em conta a solidez financeira e o foco missionário das divisões mundiais, além do estabelecimento de limites para o uso desses recursos em despesas administrativas.
A proposta para registrar o recebimento do relatório e das recomendações do grupo de estudo foi aprovada por 153 votos a favor e 12 contra.
Deus no Controle
Douglas encerrou reafirmando sua confiança — e a de sua equipe — na direção de Deus.
“Apesar de todos os desafios que enfrentamos ao redor do mundo [...] a obra da igreja continua avançando”, declarou. “Ainda que a palavra ‘incerteza’ descreva bem as condições econômicas atuais, reconhecemos nesta casa que Deus continua no controle.”
A versão original deste artigo foi publicada site de notícias da Adventist Review. Participe do canal da ANN no WhatsApp para receber as últimas notícias da Igreja Adventista.
