Entre as montanhas da Bolívia, cientistas e pesquisadores de várias partes do mundo se reuniram para um evento que une ciência e fé de forma singular. De 4 a 7 de setembro, a cidade de Cochabamba e o Parque Nacional Torotoro deram lugar ao 5º Encontro Sul-Americano de Fé e Ciência.
Organizado pela sede sul-americana adventista e pela Universidade Adventista da Bolívia (UAB), o encontro atraiu mais de 70 especialistas de oito países, incluindo palestras, workshops e uma expedição para estudar o maior registro de pegadas de dinossauros do planeta. Mais do que um simples evento científico, foi uma oportunidade para refletir sobre a harmonia entre a fé criacionista e a investigação científica.
Francislê Neri de Souza, diretor do Geoscience Research Institute (GRI) para oito países sul-americanos, destacou que o evento fortalece o diálogo entre fé e ciência dentro de uma perspectiva criacionista. “Encontros como este são essenciais para fortalecer as convicções dos participantes e fornecer ferramentas científicas para defender a visão bíblica das origens”, afirmou Souza.
O GRI na América do Sul promove expedições geológicas a locais importantes como as Ilhas Galápagos, no Equador; Chapada do Araripe, no Brasil; e Ocucaje, no Peru, reforçando a integração entre ciência e fé no estudo das origens.
Resultados Práticos
A visita ao Parque Nacional Torotoro foi a principal atividade durante o encontro. Mais de 20 mil pegadas de dinossauros, dos períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo, foram documentadas no local. Liderados por Raúl Esperante, da sede mundial do GRI, os pesquisadores analisaram pegadas que sugerem a interação dos dinossauros com ambientes inundados. As pesquisas de Esperante realizadas desde 2019 já geraram várias publicações científicas e têm despertado o interesse do governo boliviano em promover o turismo na região.
O encontro também marcou o lançamento do livro Contribuições para o Ensino do Criacionismo, com 20 capítulos escritos por 28 autores. A obra, voltada para professores da Educação Adventista, oferece estratégias pedagógicas para integrar o ensino criacionista com o conhecimento científico.
O doutor Ronald Nalin, diretor mundial do GRI, destacou a importância de ampliar o diálogo entre ciência e fé nas instituições adventistas. Para Antônio Marcos Alves, diretor do departamento de Educação da sede sul-americana adventista, o criacionismo é a “pedra angular” da denominação e deve ser parte essencial da Educação Adventista.
Foco nas Novas Gerações
Adolfo Suárez, reitor do Seminário Adventista Latino-Americano e Teologia (SALT) e diretor do departamento de Espírito de Profecia da Igreja Adventista para oito países da América do Sul, destacou que eventos como esse permitem o alinhamento de pesquisas com a identidade adventista. Ele defendeu a produção de mais conteúdos multimídia, como documentários, para tornar o criacionismo mais acessível às novas gerações.
“Participar do 5º Encontro de Fé e Ciência foi uma experiência sem igual. Sem dúvida, o ponto alto do evento, além, claro, das palestras interessantes, foi a atividade de campo no Parque Nacional Torotoro. Aprender na prática como são feitas as investigações das pegadas de dinossauros foi muito enriquecedor, edificante, e reforçou ainda mais princípios importantes da cosmovisão criacionista”, pontua Maura Brandão, doutora em Ciências, apresentadora do Observatório das Origens, no YouTube e colunista do Portal Adventista.
O próximo Encontro Sul-Americano de Fé e Ciência será realizado no Chile, em 2026, com foco na astronomia e suas implicações para o estudo das origens.
A versão original desta história foi publicada no site em português da Divisão Sul-Americana.