Durante a campanha Quebrando o Silêncio, realizada no último fim de semana em diversas regiões da Divisão Interamericana, milhares de adventistas do sétimo dia se manifestaram contra a violência, seja do púlpito das igrejas, nas ruas das cidades ou nas comunidades. Quebrando o Silêncio é uma iniciativa global anual que tem como objetivo mobilizar adventistas e outros grupos comunitários na promoção da não violência em todo o mundo.

Os participantes da iniciativa exibiram faixas e cartazes com mensagens contra a violência que ocorre em lares, escolas, igrejas e outros locais públicos, com ênfase especial na proteção de mulheres e crianças. Nos dias 26 e 27 de agosto de 2023, a marcha se desenrolou por todo México, América Central, Caribe, Colômbia e Venezuela.

“Às vezes, pensamos que um agressor pode ser um estranho que pula por uma janela ou se aproxima de alguém em um beco escuro, mas geralmente não é assim que acontece”, disse Edith Ruiz, diretora do Ministério da Mulher da Divisão Interamericana. “O abuso ocorre quando alguém usa o poder de sua influência para tirar proveito de uma pessoa vulnerável”. O impacto do abuso é sempre profundo, disse ela, mas é multiplicado quando cometido por alguém que afirma ser um seguidor de Jesus.

Durante a iniciativa deste ano, as líderes do Ministério da Mulher pregaram sermões e utilizaram materiais centrados no tema: "Lobos em Pele de Cordeiro: quando aqueles que afirmam ser seguidores de Cristo prejudicam o próximo".

Dado que a violência ocorre em casa e em todos os lugares, é importante saber que a maneira como as pessoas respondem ao agressor, bem como à vítima, faz uma grande diferença no nível de cura que cada um pode experimentar, disse Ruiz. “Devemos ouvir com o coração e estar atentos às possíveis vítimas de abuso. Jesus, nosso Bom Pastor, pode curar necessidades físicas e emocionais, fornecer alimento espiritual e trazer paz, mas devemos fazer nossa parte nas igrejas, nas escolas e em todos os lugares”.

Na Venezuela, os membros da igreja saíram às ruas para que os transeuntes saibam que a violência contra mulheres e crianças deve terminar. “Não ao abuso. Não ao abuso infantil. Não ao abuso contra mulheres. Sim a Cristo. Sim à vida”, foram algumas das exclamações ouvidas nas ruas. As igrejas abriram suas portas para as comunidades para falar contra a violência em todas as suas formas e encorajaram os ouvintes a se manifestarem contra a violência em cada canto do país.

"Queremos mobilizar nossos membros e outros grupos para que possam se juntar a nós para resolver esse problema que dia após dia está afetando cada local da Venezuela e do mundo", disse o pastor Bengajin Suniaga, presidente da Associação Leste da Venezuela ao marchar com outros centenas por Maturín, no leste da Venezuela. Após a caminhada, os participantes reuniram-se na Praça Rómulo Gallegos, onde houve música e uma mensagem especial contra a violência feita pela Dra. Luisa Otahola, líder de assuntos religiosos em Maturín. Otahola compartilhou diferentes maneiras pelas quais as vítimas de violência podem obter ajuda e orientação jurídica.

A iniciativa foi coberta pela mídia impressa e rádios da Venezuela.

No Panamá, centenas de membros da igreja, tanto jovens quanto idosos, marcharam portando cartazes, incentivando a todos a não deixar que a violência ceife mais uma vida. Os jovens, representando a escola adventista local, marcharam unidos para elevar a conscientização contra a violência em ambientes escolares, parques e centros para crianças.

"Vamos Acabar Com a Violência", foi o principal enfoque nas igrejas da região sudeste do México. “Nossas igrejas organizaram seminários, testemunhos e palestras sobre como lidar com o abuso e como se manter vigilantes contra ele, continuando a promover a conscientização para que nossas igrejas sejam um lugar seguro para todos", disse Silvia Arjona, diretora do Ministério da Mulher da União Sudeste do México. Centenas de pessoas marcharam pelas ruas no sábado à tarde para promover a iniciativa Quebrando o Silêncio.

Em Chiapas, México, milhares de mulheres lideraram atividades da iniciativa Quebrando o Silêncio nas congregações e caminharam por áreas específicas do estado para distribuir materiais impressos, visitar prisões e realizar programas de conscientização sobre a violência em praças e espaços públicos. As vítimas de abuso receberam atendimento espiritual e psicológico durante um programa especial em Palenque, no norte de Chiapas, em coordenação com a Secretaria de Desenvolvimento Integral da Família local.

Membros da igreja distribuíram alimentos e roupas para mães em situação de vulnerabilidade, nas comunidades e praças comunitárias.

Na Colômbia, centenas de congregações locais realizaram programas Quebrando o Silêncio para lembrar aos membros da igreja de estarem atentos a comportamentos específicos de crianças afetadas pela violência, reconhecer sinais que as mulheres possam demonstrar e identificar a violência contra os idosos.

Além disso, comunidades foram visitadas onde as crianças assistiram palestras e participaram de atividades interativas para identificar qualquer tipo de abuso e como falar sobre ele.

Em resposta à persistente violência no Haiti, as igrejas manifestaram-se contra ela nos programas realizados no sábado, tanto pela manhã quanto à tarde.

A psicóloga Laurcelie Alcimé falou aos membros da igreja da Universidade Adventista do Haiti em Carrefour, Porto Príncipe. “Assim que qualquer tipo de violência é identificado, seja financeira, sexual ou psicológica, saiba que você está diante de um abuso e que precisa agir, buscar ajuda e apoiar-se na sua fé”, disse Alcimé. “Se um cônjuge priva você de sua renda para dominá-lo ou tenta enganá-lo... isso pode constituir uma forma de abuso.” Os membros da igreja distribuíram materiais impressos promovendo o fim da violência em seus bairros no domingo.

Na União do Caribe Atlântico, que abrange as Bahamas, as Ilhas Cayman e Turks e Caicos, centenas de membros da igreja participaram de marchas e manifestações para promover o fim da violência ou abuso de qualquer tipo. Na ilha de Nova Providência, em Nassau, Bahamas, a Associação Sul das Bahamas organizou uma carreata que terminou na ilha de Arawak Cay, onde ocorreu uma atividade especial de Quebrando o Silêncio. Líderes da igreja e civis falaram sobre o fim da violência contra mulheres e crianças nas Bahamas. Anne Marie Davis, esposa do Primeiro Ministro das Bahamas, foi a palestrante principal do evento e orou com os membros da igreja durante a iniciativa.

Em outras partes da América Central, do Caribe e em outros países da Divisão Interamericana, as igrejas realizaram seminários, debates, vídeos, trabalhos comunitários e programas especiais sobre a erradicação da violência em suas comunidades, garantindo que uma maior conscientização seja promovida nas igrejas e escolas adventistas.

Stevens’ Rosado, Yannina García, Jean Carmy Felixon, Victor Martínez e John García colaboraram para este artigo.

A versão original deste artigo foi publicada pelo site da Divisão Interamericana.